Lula diz que pode voltar a ligar para Trump se impasse tarifário persistir até o fim da COP30
Mundo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (4.nov.2025) que poderá voltar a telefonar para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), caso não haja progresso nas negociações comerciais entre os dois países até o encerramento da COP30, marcada para ocorrer entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA).
A declaração foi dada a jornalistas na capital paraense durante entrevista à Reuters e à AP. Lula, que se encontrou com Trump em 26 de outubro na Malásia para tratar do tarifaço de 50% imposto pelos EUA a produtos brasileiros, disse estar otimista, mas garantiu que não pretende deixar o assunto esfriar.
“Saí da reunião com o presidente Trump certo de que chegaremos a um acordo. Disse a ele que era muito importante que nossos negociadores começassem a conversar em breve”, afirmou o petista.
Segundo o presidente, o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já estão mobilizados para dar continuidade às tratativas e podem ser enviados a Washington caso seja necessário para avançar no entendimento comercial.
“Quando a COP30 terminar, se a reunião entre meus negociadores e os dele ainda não tiver sido marcada, ligarei para Trump novamente”, destacou Lula.
Contexto da negociação
O encontro entre os dois líderes na Malásia foi descrito pelo Palácio do Planalto como “franco e construtivo”, mas ainda não houve anúncio de diretrizes concretas para um acordo. O governo brasileiro considera a taxação de 50% uma barreira comercial desproporcional e busca amenizar seus efeitos sobre setores estratégicos do país.
Enquanto o mundo se volta para Belém nas próximas semanas em razão da COP30, Lula tenta aproveitar o protagonismo diplomático em torno do evento climático para manter a pressão por um resultado positivo no front econômico com Washington.
A expectativa do Planalto é de que o diálogo avance antes do fim da conferência. Caso contrário, o presidente pretende retomar pessoalmente a articulação direta com Trump — uma movimentação que sinaliza a importância política e econômica do tema para o governo brasileiro.



