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Lula culpa Bolsonaro por escândalo no INSS, mas ministro da Previdência revela omissão atual: ‘alarmes contra fraudes foram desligados’; veja vídeo

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Lula culpa Bolsonaro por escândalo no INSS, mas ministro da Previdência revela omissão atual: ‘alarmes contra fraudes foram desligados'; veja vídeo

Brasil – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, em 11 de julho de 2025, o início da adesão ao acordo de devolução de descontos indevidos feitos nas aposentadorias e pensões do INSS, apontando o dedo para o governo anterior, de Jair Bolsonaro, como responsável pelas fraudes. Em um vídeo publicado nas redes sociais, Lula afirmou que “quadrilhas montadas no governo passado” lesaram aposentados e prometeu que os culpados serão punidos. No entanto, uma análise mais profunda revela que o discurso do presidente é uma tentativa de desviar o foco das graves falhas de sua própria gestão, que permitiram a continuidade e o agravamento do esquema fraudulento.

Veja vídeo:

A culpa é sempre do outro?

Lula não hesitou em culpar o governo Bolsonaro, afirmando que as fraudes começaram entre 2019 e 2022. Contudo, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, admitiu, durante sabatina no 20º Congresso da Abraji, que os mecanismos de alerta contra fraudes no INSS foram “desligados” em 2023 e 2024 — já sob a gestão petista. Isso significa que, mesmo após a posse de Lula, os sistemas de controle interno do INSS, que deveriam proteger os aposentados, foram neutralizados. Queiroz chegou a dizer que “os alarmes foram desligados” propositalmente, mas evitou apontar responsáveis diretos, mencionando apenas “cinco ou seis servidores de carreira”, além do ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Filho, e do ex-diretor de benefícios, Vanderlei Barbosa dos Santos.

“Os alarmes foram desligados em 2023 e 2024. Os alarmes foram desligados. O que significa isso? Que os pontos de atenção que poderiam dar o alarme para o ministério (da Previdência) foram propositalmente neutralizados. São pessoas, mas não vou dizer quem são as pessoas”, afirmou o ministro, que acrescentou que os responsáveis eram de dentro do INSS.

Essa confissão expõe uma contradição gritante: enquanto Lula joga a responsabilidade para o governo anterior, seu próprio ministro admite que o esquema continuou a operar sem entraves nos dois primeiros anos de sua gestão. Se as fraudes começaram em 2019, por que o governo atual, ciente do problema desde pelo menos junho de 2023, quando o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) emitiu alertas, não agiu rapidamente para proteger os aposentados? A inação do governo Lula permitiu que o prejuízo aos beneficiários se prolongasse, atingindo cerca de 2 milhões de pessoas, com um custo estimado de até R$ 3,2 bilhões aos cofres públicos.

Um acordo conveniente

O acordo de ressarcimento, homologado pelo STF e anunciado por Lula, parece ser mais uma manobra para conquistar a simpatia dos aposentados do que uma solução efetiva. A adesão ao acordo, que começou em 11 de julho, é voluntária, e os pagamentos, em parcela única, estão previstos para iniciar em 24 de julho. Embora a iniciativa seja apresentada como uma vitória do governo, ela não apaga o fato de que o esquema fraudulento prosperou sob a gestão petista, que falhou em implementar controles eficazes. O próprio ministro Queiroz reconheceu que os órgãos internos do INSS — corregedoria, ouvidoria, auditoria e controle interno — têm autonomia e não alertaram o Ministério da Previdência sobre as irregularidades. Essa autonomia, no entanto, não justifica a omissão do governo, que deveria supervisionar um órgão tão crucial para milhões de brasileiros.

A CPMI como cortina de fumaça

O governo aposta na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), prevista para o segundo semestre, para “virar a chave” e reforçar a narrativa de que foi responsável por desmantelar o esquema. Contudo, a estratégia parece ser mais uma tentativa de controlar o dano político do que de buscar justiça. Queiroz já indicou que a CPI deve convocar figuras como Virgílio Filho e Vanderlei Barbosa dos Santos, mas a falta de transparência sobre outros envolvidos sugere que o governo quer direcionar a culpa para poucos indivíduos, enquanto protege sua imagem.

A verdade por trás do discurso

A narrativa de Lula, que apresenta o governo como salvador dos aposentados, ignora que as fraudes no INSS não apenas continuaram, mas se agravaram sob sua administração. A desativação dos “alarmes” contra fraudes em 2023 e 2024 é um escândalo que o Planalto tenta minimizar, jogando a culpa exclusivamente no passado. A verdade é que o governo Lula falhou em proteger os aposentados, permitindo que o “ladrão entrasse em casa” — como disse o próprio Queiroz — mesmo após assumir o comando do país.

Enquanto o presidente posa de defensor dos direitos dos aposentados, a realidade é que a ineficiência e a negligência de sua gestão contribuíram para a perpetuação do esquema. A devolução dos valores, embora necessária, não pode apagar a responsabilidade do governo atual por deixar milhões de brasileiros vulneráveis. A aposentadoria, que Lula chama de “direito sagrado”, merece mais do que promessas de punição e acordos tardios — merece um governo que, de fato, priorize a proteção dos cidadãos.





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