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Lula abandona discurso ambiental e defende exploração de Petróleo na Foz do Amazonas

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Lula abandona discurso ambiental e defende exploração de Petróleo na Foz do Amazonas

Brasil – Em uma declaração que surpreendeu muitos ambientalistas e defensores da sustentabilidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quarta-feira (5) a exploração de petróleo na Bacia Foz do Amazonas, na margem equatorial do Brasil. Durante uma entrevista a rádios de Minas Gerais, Lula argumentou que a exploração pode ser realizada sem danos ao meio ambiente, destacando a necessidade de utilizar o petróleo para financiar a transição energética do país. As informações são da Folha de SP.

“Queremos o petróleo, porque ele ainda vai existir muito tempo. Temos que utilizar o petróleo para fazer a nossa transição energética, que vai precisar de muito dinheiro. A gente tem perto de nós a Guiana e o Suriname pesquisando o petróleo muito próximo à nossa margem equatorial”, afirmou Lula. Ele enfatizou a intenção de encontrar uma solução que garanta segurança tanto para o país quanto para o meio ambiente, sem prejudicar a biodiversidade da região.

O governo espera que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) conceda a autorização para a exploração ainda no primeiro semestre de 2025. A pressa para essa liberação é estratégica, especialmente com a aproximação da COP30, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que será realizada em Belém em novembro deste ano. O governo teme que a imagem do Brasil como líder na luta contra as mudanças climáticas possa ser manchada pela expansão da exploração de combustíveis fósseis.

A Petrobras, principal interessada na exploração, tem enfrentado desafios regulatórios. Em outubro do ano passado, técnicos do Ibama recomendaram o arquivamento do pedido de licenciamento ambiental da estatal, mas o presidente do órgão, Rodrigo Agostinho, decidiu dar uma nova chance para a apresentação de estudos complementares. A empresa está finalizando o que acredita ser a última exigência para a licença: a construção de um centro de despetrolização de animais em Oiapoque (AP), uma medida de contingência para acidentes ambientais.

A defesa da exploração na Foz do Amazonas é vista como fundamental para a Petrobras repor suas reservas de petróleo. Lula pessoalmente defende este plano, com o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, encarregado de acelerar o processo. No entanto, a pressão sobre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi um ponto de fricção mencionado por Lula, que negou qualquer responsabilidade dela sobre a demora na aprovação.

A região da Foz do Amazonas, com uma área de aproximadamente 350 mil km², já foi alvo de 95 poços de exploração, com apenas uma descoberta comercial de gás natural e altos índices de abandono devido a dificuldades operacionais. Ambientalistas alertam para os riscos de acidentes, como vazamentos de petróleo, devido às fortes correntes marítimas e ao isolamento da área, que poderia atrasar significativamente qualquer resposta de emergência.

A decisão de Lula de apoiar a exploração petrolífera nesta região é vista por muitos como um afastamento do discurso ambiental que seu governo inicialmente prometeu, levantando questionamentos sobre a coerência das políticas de transição energética e proteção ambiental no Brasil.



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