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IPVA no Amazonas: a montanha-russa tributária que virou palanque eleitoral de Wilson Lima

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IPVA no Amazonas: a montanha-russa tributária que virou palanque eleitoral de Wilson Lima

Amazonas – O governo do Amazonas parece ter encontrado no IPVA a fórmula perfeita para brincar com o bolso e a paciência do contribuinte. Em um passe de mágica eleitoral, anunciou a redução da alíquota do imposto de 4% para 2% a partir de 2026, com discursos inflamados sobre “aliviar o bolso do cidadão” e “incentivar o consumo”. Mas, para quem acompanha a novela tributária amazonense, a história cheira mais a oportunismo político do que a benevolência.

O jogo da enganação

A verdade é que o mesmo governo que agora se gaba da redução é o responsável por elevar o IPVA a níveis recordes. Até 2022, a alíquota para veículos de até 1.000 cilindradas era de 2%, e para os de maior cilindrada, 3%, conforme a Lei Complementar nº 37/2004. Era caro, mas tolerável. A partir de 2023, porém, o governo começou a aumentar o imposto em doses graduais, sem alarde ou consulta popular:

– 2023: 2,5% para veículos de até 1.000 cc e 3,5% para os mais potentes.
– 2024: 3% e 4%, respectivamente, configurando a maior alíquota da história do Amazonas.

A justificativa? “Ajustar as contas do Estado” e “compensar perdas do ICMS”. Na prática, o contribuinte virou o caixa eletrônico do governo, enquanto as ruas de Manaus continuavam esburacadas e o transporte público, um caos.

Agora, às vésperas das eleições, o governo faz um movimento teatral: promete reduzir o IPVA em 50%, voltando aos 2% para alguns casos em 2026. É como se alguém te roubasse o dobro e depois devolvesse metade, esperando aplausos. Coincidência? Difícil acreditar, quando a bondade só aparece em ano de campanha.

O dinheiro some, buracos ficam

O IPVA, em teoria, existe para financiar melhorias na infraestrutura viária. Mas quem circula por Manaus sabe que a realidade é outra. As ruas parecem um campo minado, o trânsito é infernal e o transporte público é motivo de piada — ou de revolta. O imposto engorda os cofres estaduais, mas o retorno para o cidadão é praticamente nulo. Boa parte do dinheiro parece se perder em propagandas institucionais que tentam convencer o povo de que tudo vai bem.

A velha política

A estratégia é clara: aumenta-se o imposto em silêncio, arrecada-se sem transparência e, quando o calendário eleitoral aperta, reduz-se o que nunca deveria ter subido. O amazonense, que em 2022 pagava 2% e em 2024 desembolsava até 4%, agora é convidado a agradecer pela “generosidade” de voltar ao patamar original. A pergunta que ecoa é: até quando o contribuinte vai aceitar ser tratado como massa de manobra?

IPVA

Fontes: SEFAZ-AM, Amazonas Atual, Legisla AM, LegisWeb

Promessas

O IPVA no Amazonas virou um símbolo da velha política: aumenta-se o tributo quando convém, reduz-se quando o voto está em jogo. Enquanto isso, o cidadão segue desviando de buracos nas ruas e de promessas vazias. Em 2026, quando a alíquota voltar aos 2%, não será um favor do governo — será apenas a devolução do que nunca deveria ter sido tirado. O amazonense, que já provou não ser bobo, precisa exigir mais: transparência, infraestrutura e, acima de tudo, respeito.


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