Há quatro anos, CM7 denuncia o descaso no lixão mantido por Augusto Ferraz em Iranduba; veja vídeo
Amazonas – O problema do lixão no município de Iranduba parece não ter fim. Há pelo menos quatro anos, o Portal CM7 Brasil vem denunciando o despejo irregular de toneladas de resíduos no ramal da Dona Creuza, no quilômetro 6 da cidade. Mesmo após inúmeras promessas e planos anunciados pela gestão do prefeito Augusto Ferraz, o cenário segue o mesmo: lixo a céu aberto, mau cheiro, contaminação e descaso.
Hoje, o cheiro forte denuncia o problema antes mesmo que se veja o lixo. Montanhas de resíduos se acumulam ao lado de casas onde famílias vivem cercadas pela degradação ambiental. “Quem sofre é o povo! Aqui é mau cheiro o dia todo, urubu, mosca, lama. A gente vive no meio da sujeira, sem nenhum tipo de cuidado da prefeitura”, relata um comunitário.
O retrato do abandono
No local, uma estrutura improvisada serve de guarita para o vigia. O espaço, sem energia e sem água, é um retrato do abandono. “Nem o segurança tem dignidade. Isso aqui é o retrato do que virou Iranduba”.
A revolta cresce entre os moradores ao lembrar que um projeto de solução já existia. Desenvolvido pela empresa Norte Ambiental, o plano previa a criação de um moderno Serviço de Tratamento de Resíduos Sólidos, com aterro sanitário tecnicamente adequado — capaz de encerrar o lixão, gerar empregos e garantir o correto tratamento dos resíduos.
O projeto foi aprovado por órgãos ambientais estaduais e federais, dentro das normas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010). Mesmo assim, foi descartado pelo prefeito Augusto Ferraz. “Na primeira vez ele disse que era a favor, agora é contra. Um homem de duas palavras não é homem suficiente”, dispara o líder comunitário.
População em risco
Enquanto isso, o povo segue exposto. Crianças brincam perto do lixo, e a água usada nas casas é contaminada pela infiltração dos resíduos. “Tem gente que vive da coleta, mas ninguém tem apoio. Queremos um projeto que funcione, que traga dignidade”, reforça a população.
O discurso da prefeitura, segundo os moradores, é de modernização, mas na prática nada mudou. “A cidade cresce, mas continua jogando lixo no quintal das pessoas. Isso não é progresso, é retrocesso”, desabafa o morador.
CM7 já havia alertado o perigo em 2021
Em 1º de setembro de 2021, o programa Politicando, do Portal CM7 Brasil, esteve no mesmo local denunciando as irregularidades no lixão de Iranduba. À época, as imagens mostravam o despejo de lixo hospitalar junto aos resíduos domésticos, sem qualquer tipo de manejo técnico ou controle sanitário.
Na ocasião, vereadores e moradores cobraram explicações da prefeitura e relataram que o município já havia recebido recursos federais para implantação de um aterro sanitário desde 2016 — o que nunca saiu do papel.
O então secretário de limpeza pública, Gilberto de Deus, chegou a afirmar que o município faria uma “requalificação ambiental” da área e criaria um aterro dentro das normas legais “até o fim do ano”. Quatro anos depois, nada foi feito.
Descumprimento da lei e falta de gestão
O abandono do lixão de Iranduba não é apenas um problema social, mas também uma infração à legislação ambiental. A Política Nacional de Resíduos Sólidos determinava o encerramento dos lixões até 2014, e o descumprimento sujeita os gestores a responsabilização civil e criminal.
Mesmo assim, o lixão do prefeito Augusto Ferraz segue ativo, contaminando o solo, o ar e as águas subterrâneas — e ameaçando diretamente a saúde da população.
\Para a comunidade, a esperança está no retorno do debate sobre o projeto da Norte Ambiental, que poderia transformar a gestão de resíduos e dar fim ao lixão. “Não queremos promessas, queremos ação. A solução está pronta, mas a prefeitura virou as costas. Enquanto isso, quem sofre é o povo”.


