Governo Wilson Lima fecha contrato de R$ 24 milhões sem licitação com empresa de Brasília para “consultoria” na Saúde
Manaus – Um novo escândalo ronda a gestão do governador Wilson Lima (União Brasil). A Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM) publicou no Diário Oficial do Estado, na última segunda-feira (20/10), o extrato do Termo de Contrato nº 064/2025, firmado com a empresa +Gestor Govtech Ltda, sediada em Brasília, no valor de R$ 24.090.847,18. O objetivo é a “prestação de serviços técnicos especializados em consultoria, auditoria e assessoria voltados à recuperação e otimização dos recursos federais remanescentes vinculados ao Fundo Estadual de Saúde (FES-AM)”.
O contrato, com vigência de 12 meses, foi firmado sem licitação, sob a justificativa de “inexigibilidade”, modalidade que deveria ser aplicada apenas em casos excepcionais — quando há inviabilidade de competição. No entanto, a justificativa apresentada pela SES levanta suspeitas sobre a real necessidade da contratação e a legalidade do processo.
A empresa
A empresa contratada, +Gestor Govtech Ltda, possui capital social de apenas R$ 400 mil, valor 60 vezes menor que o montante do contrato firmado com o governo do Amazonas. De acordo com o cadastro da Receita Federal, a companhia tem como sócia-administradora Kaina Pereira Lopes da Rocha Mendes e atua sob o nome fantasia “+Gestor: Saúde & Inovação”.
A desproporção entre o capital social e o valor do contrato, somada à falta de concorrência, expõe o risco de má gestão dos recursos públicos. A contratação de uma empresa de fora do Estado, sem histórico público de grandes projetos na área da saúde, desperta ainda mais desconfiança.
Contratação relâmpago e falta de transparência
O processo administrativo que deu origem ao contrato (nº 01.01.017101.042203/2025-57) foi conduzido com uma celeridade incomum. A publicação no Diário Oficial ocorreu apenas quatro dias após a assinatura do documento, feita em 16 de outubro de 2025, pelo secretário executivo Sílvio Romano Benjamin Júnior.
A rapidez no trâmite e a ausência de disputa pública por melhores propostas configuram uma violação ao princípio da economicidade e da transparência, pilares da administração pública.






