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Falsa pesquisa eleitoral circula no Amazonas com uso indevido do nome Paraná Pesquisas: “é fake news”

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Manaus – A corrida eleitoral para 2026 ainda nem começou oficialmente, mas a desinformação já dá as caras no Amazonas. Nesta segunda-feira, 1º de setembro, uma suposta pesquisa de intenção de votos para o Senado Federal começou a circular em portais e redes sociais, atribuindo números e preferências do eleitorado a possíveis pré-candidatos do estado. O problema? A pesquisa é falsa — e o instituto citado, a Paraná Pesquisas, nega veementemente ter realizado qualquer levantamento no Amazonas este ano.

A falsa sondagem, que teria sido realizada em 62 municípios amazonenses, coloca o atual secretário da Casa Civil de Manaus, Marcos Rotta, na liderança com 33,4% das intenções de voto, seguido pelo governador Wilson Lima (UB), com 26,4%, e o senador Eduardo Braga (MDB), com 25,6%.

Além da manipulação de dados, há erros factuais na divulgação: Marcos Rotta é citado na pesquisa fraudulenta como “secretário da Casa Civil estadual”, quando, na realidade, ocupa cargo municipal na gestão de David Almeida (Avante), prefeito da capital.

Instituto desmente envolvimento

O diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, foi taxativo ao desmentir qualquer levantamento no estado.

“A Paraná Pesquisas esse ano não fez nenhuma pesquisa no estado do Amazonas para governador, senador, ou presidente, e muito menos para deputado federal e estadual. Tá bom? Se alguém está divulgando alguma pesquisa da Paraná Pesquisas, é fake news”, declarou Hidalgo.

Segundo o instituto, os números divulgados foram forjados a partir de dados retirados de outro estudo — este sim legítimo — realizado no Estado do Rio de Janeiro entre os dias 24 e 27 de agosto de 2025. Na pesquisa original, o senador Flávio Bolsonaro (PL) aparece liderando as intenções de voto para o Senado fluminense. Trechos do questionário e números da amostragem foram adulterados e adaptados para um cenário fictício no Amazonas.

Desinformação preocupa

Com a proximidade do pleito de 2026 — marcado para outubro do próximo ano — o uso de informações falsas já se torna um problema recorrente. Especialistas apontam que esse tipo de prática visa influenciar a opinião pública de forma precoce, explorando o nome de institutos confiáveis para dar credibilidade a dados manipulados.

Esse tipo de conduta pode configurar crime eleitoral. De acordo com a legislação vigente, a divulgação de pesquisa fraudulenta pode acarretar sanções, incluindo multas pesadas e responsabilização criminal dos autores.

Além disso, muitos veículos de comunicação regionais acabam sendo induzidos ao erro ao publicarem essas informações, repassadas por assessorias ou grupos ligados a pré-candidatos interessados em “forçar tendência” antes da largada oficial da campanha.

Como identificar uma pesquisa verdadeira?

A Paraná Pesquisas alerta que todas as suas sondagens seguem rigorosos critérios legais. Os levantamentos divulgados pelo instituto apresentam informações obrigatórias como:

  • Período da coleta

  • Número de entrevistados

  • Margem de erro e nível de confiança

  • Região pesquisada

  • CNPJ do contratante e registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

A recomendação aos eleitores e veículos de comunicação é clara: sempre verifique a procedência e a fonte dos dados antes de compartilhá-los.

Enquanto isso, o cenário político no Amazonas segue indefinido, e os nomes citados na falsa pesquisa ainda não confirmaram oficialmente suas pré-candidaturas ao Senado.





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