Política

Exclusivo: Policial preso pela PF por corrupção ganha cargo de confiança de Roberto Cidade na Aleam

Por almeida em 19 de junho de 2025 às 16:42

Amazonas – Mesmo com um histórico envolto em suspeitas de corrupção e crimes ambientais, o 2º Tenente da Polícia Militar, Celso Colares de Alencar, foi alçado a um dos cargos mais estratégicos da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam). No dia 1º de maio de 2025, o deputado estadual e presidente da Casa, Roberto Cidade, assinou duas portarias consecutivas que mudaram o rumo da carreira do policial.

Na Portaria nº 1003/2025/GP, Celso foi exonerado da função de confiança de AS-1, e, no mesmo dia, foi imediatamente nomeado para um cargo ainda mais relevante: Assistente Militar Adjunto, conforme a Portaria nº 1004/2025/GP. A nova função é de maior confiança dentro da estrutura da Aleam, ligada diretamente à presidência do Legislativo estadual, indicando proximidade e influência direta junto ao deputado Roberto Cidade.

O que chama atenção e causa indignação nos bastidores da política local é o passado recente de Celso Colares. Em 2019, ele foi preso pela Polícia Federal durante a operação Arquimedes, uma das maiores ações contra desmatamento e corrupção já deflagradas no Amazonas. A investigação do Ministério Público Federal revelou a atuação de uma organização criminosa que extraía e comercializava ilegalmente madeira na região. O grupo contava com o envolvimento de servidores públicos, incluindo membros do Ipaam, Ibama e forças policiais, além da prática de fraudes em sistemas oficiais, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.

Celso Colares teve a prisão preventiva convertida para domiciliar pelo juiz federal Hiram Xavier Pereira, da 7ª Vara Federal, com uma série de restrições: tornozeleira eletrônica, proibição de contato com outros investigados, e o pagamento de R$ 20 mil de fiança. Mesmo diante desse histórico criminal ainda recente, ele foi agora premiado com um cargo de alta confiança dentro do Parlamento estadual, sob as bênçãos do presidente da Aleam. A nomeação gera questionamentos sobre os critérios éticos e morais na ocupação de cargos públicos no Amazonas.

Veja decisão: