Estados Unidos declaram Nicolás Maduro terrorista e fugitivo da Justiça
Mundo – O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, classificou nesta quinta-feira (4) o ditador venezuelano Nicolás Maduro como “narcoterrorista” e “fugitivo da Justiça norte-americana”. A declaração foi feita durante visita oficial ao Equador, em meio ao reforço da política antidrogas do governo de Donald Trump na América Latina.
Segundo Rubio, a administração norte-americana está determinada a intensificar a ofensiva contra cartéis e facções criminosas que utilizam a região como rota do narcotráfico. “Não vamos apenas caçar traficantes de drogas com pequenos barcos rápidos. O presidente disse que quer travar uma guerra contra esses grupos”, afirmou, em referência à operação que destruiu uma embarcação do Tren de Aragua, na última terça-feira (2), no Caribe.
Maduro sob acusação internacional
O secretário ressaltou que Maduro não é reconhecido pelos EUA como chefe de Estado, mas como criminoso indiciado por um grande júri em Nova York por crimes relacionados ao tráfico de drogas e ao terrorismo. “Nicolás Maduro é um narcotraficante e é um terrorista narco, e não o digo eu, o diz a Justiça norte-americana”, disse.
Rubio comparou o regime venezuelano a uma organização criminosa com controle territorial, reiterando que a estratégia dos EUA será de ataque direto. “Em vez de interceptar a embarcação, por ordem presidencial a destruímos. E isso vai acontecer de novo. O ponto é que o presidente vai combater as organizações narcoterroristas.”
O Equador se alinhou à posição norte-americana e passou a reconhecer o Cartel de Los Soles, comandado por Maduro, como grupo terrorista. Países como Argentina e Paraguai já haviam adotado a mesma classificação.
Pressão sobre facções equatorianas
Na mesma viagem, Rubio anunciou que os EUA designaram as facções equatorianas Los Lobos e Los Choneros como organizações terroristas estrangeiras. A decisão abre caminho para que Washington bloqueie ativos financeiros desses grupos e autorize operações contra seus membros.
“Esses animais viciosos, esses terroristas”, declarou o secretário, reforçando que a parceria com Quito é fundamental no combate ao crime organizado. O Equador vive uma onda de violência desde a pandemia de covid-19, com as facções dominando rotas de tráfico, assassinatos e extorsões.
O presidente equatoriano, Daniel Noboa, agradeceu o apoio norte-americano e destacou que a aliança com Washington é estratégica para enfrentar “qualquer ameaça terrorista”. Os dois países ainda discutem cooperação em migração e segurança, incluindo a possibilidade de Quito aceitar migrantes não equatorianos deportados dos EUA.
Disputa geopolítica
Além da pauta de segurança, Rubio ressaltou o interesse dos EUA em reduzir a dependência econômica do Equador em relação à China. Ele destacou a necessidade de fortalecer a “aliança estratégica” entre os dois países para enfrentar desafios como imigração irregular, crime transnacional e terrorismo.
Com a escalada de tensões na região, Washington reforça sua presença política e militar na América Latina, mirando não apenas cartéis e facções, mas também governos que, como o de Maduro, são considerados pelos EUA aliados do narcotráfico.


