Escândalo: Prefeito de Manicoré vai torrar R$ 11 milhões em uma “mega escola” de quatro salas; veja documentos
Amazonas – Se a lógica administrativa fosse a mesma de uma empresa privada, alguém no alto escalão da prefeitura de Manicoré precisaria explicar urgentemente por que quatro salas viraram condomínio de milhões.
O prefeito Lúcio Flávio, decidiu contratar uma obra de R$ 11,7 milhões para construir uma escola na comunidade rural de Bom Suspiro — quatro salas de alvenaria, nada mais, nada menos.
O contrato (de nº 229/2025) foi firmado com a Philar Construções e Terraplenagem Ltda, que deverá executar o trabalho em 360 dias.
A proprietária da empresa, Walquiria Abreu da Silva, declara capital social de cerca de R$ 4,5 milhões — mas isso parece não ter sido barreira para arrematar um valor tão alto.
A pergunta que não quer calar: por que uma escola tão modesta custa tanto assim?
Quando o “investimento” tem cheiro de escândalo
Há fortes indícios de irregularidades nessa contratação. O valor de R$ 11,7 milhões para apenas quatro salas é absolutamente desproporcional às necessidades físicas de uma comunidade rural com pouca infraestrutura — não é um ginásio, não é um centro cultural, é uma escola com apenas quatro salas de aula.
Esse não é o único episódio da gestão de Lúcio Flávio envolvido em grandes cifras. Nos últimos meses, foram várias as denúncias de contratos milionários com empresas já investigadas:
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A Plastiflex, por exemplo, já foi contratada para obras de infraestrutura (pavimentação, drenagem, calçadas) por mais de R$ 10 milhões.
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Há ainda um contrato de R$ 9,5 milhões para reparos em prédios escolares, assinado com a Sigma Engenharia, que já esteve na mira do Tribunal de Contas.
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E para completar o cardápio de luxo, Lúcio Flávio aprovou contratos que somam mais de R$ 14 milhões com uma mesma empresa para merenda escolar e combustível para escolas rurais.
Toda essa farra orçamentária tem um nome: Lúcio Flávio. É ele quem autoriza, sanciona e mantêm esses contratos. Se há irregularidades — sobrepreço, favorecimento, empresa sem capacidade técnica ou capital compatível — é ele quem deve dar explicações.
É ele quem está levando recursos públicos para contratos questionáveis enquanto a população da zona rural, muitas vezes vulnerável, assiste.
Essa escola de quatro salas, com orçamento de R$ 11,7 milhões, não é apenas um “investimento em educação”: pode muito bem ser um troféu de desperdício, um monumento à corrupção ou — no mínimo — uma demonstração de absoluta incompetência em priorizar os recursos.
Esse contrato é mais do que imprudência orçamentária: é potencial escândalo.
E a responsabilidade recai diretamente sobre o prefeito. Se não houver transparência ou ação de fiscalização, a comunidade de Manicoré corre o risco de pagar caro (literalmente) por uma “escola de luxo” que pode nunca entregar valor real para a educação local.
Veja documentos






