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Escândalo: Mara Alves e Natan Macena receberam R$ 1,4 milhão, mas barqueiros seguem sem receber no Careiro Castanho

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Escândalo: Mara Alves e Natan Macena receberam R$ 1,4 milhão, mas barqueiros seguem sem receber no Careiro Castanho

Amazonas – O que deveria ser uma política essencial de acesso à educação virou motivo de indignação e revolta.

A Prefeitura de Careiro Castanho, sob o comando da prefeita Mara Alves (Republicanos), recebeu mais de R$ 1,4 milhão do Governo Federal para custear o transporte escolar em 2025.

No entanto, barqueiros seguem sem receber salários, alunos estão fora das salas de aula e comunidades ribeirinhas denunciam abandono total.

O repasse foi feito pelo Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE), gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), e tinha como objetivo garantir o deslocamento de estudantes da zona rural até as escolas municipais.

Segundo os dados oficiais, R$ 959.592,92 foram transferidos em 2024, e outros R$ 489.407,75 em 2025, totalizando R$ 1.449.000,67.

Mas na ponta, o cenário é bem diferente do que mostram os números.

Barqueiros contratados pela prefeitura relatam que o serviço parou porque não há mais condições de trabalhar sem combustível e sem pagamento.

“Desde março, ninguém recebe nada. A gente só quer o que é nosso. O dinheiro vem, mas nunca chega para nós”, disse um dos barqueiros que preferiu não se identificar por medo de retaliação.

A paralisação tem deixado centenas de crianças sem aulas nas comunidades do Lago do Janauacá, Cacau Pereira e outras regiões ribeirinhas. Muitos estudantes enfrentam longas distâncias e dependem exclusivamente das embarcações escolares para chegar à escola.

Enquanto o transporte escolar parou, pais e professores também denunciam o estado precário das escolas. Em várias comunidades, o ensino está sendo ministrado em prédios de madeira deteriorados, sem água potável, sem banheiros adequados e, em alguns casos, com o teto prestes a desabar.

O abandono da estrutura física e o atraso nos salários dos profissionais de apoio reforçam o sentimento de que a educação está longe de ser prioridade na atual gestão.

“A prefeita prometeu que esse ano seria diferente, mas tudo piorou. Nem aula tem mais”, lamenta uma moradora da comunidade do Paraná do Castanho.

Silêncio da prefeitura e falta de transparência

Os barqueiros afirmam que, mesmo sem contrato formal em mãos, continuam sendo cobrados para manter o serviço ativo, sob a promessa de que “o dinheiro logo será liberado”.

O caso levanta suspeitas sobre a falta de transparência na execução do PNATE, já que os repasses federais são monitorados publicamente, mas a aplicação local fica sob responsabilidade da gestão municipal.

O montante recebido por Careiro Castanho seria suficiente para manter o transporte escolar em pleno funcionamento durante todo o ano letivo, cobrindo combustível, manutenção das embarcações e o pagamento de dezenas de barqueiros.

Porém, os trabalhadores afirmam que apenas dois meses foram pagos em 2025 — maio e julho — e o restante do ano segue em aberto.

Enquanto isso, a prefeitura não apresenta planilhas detalhadas dos gastos nem presta contas públicas sobre como o dinheiro foi aplicado.

O resultado é uma geração de alunos afastada das salas de aula, sem merenda, sem transporte e sem perspectiva de retorno.

A ausência de gestão e fiscalização coloca em xeque a credibilidade da administração municipal e levanta a pergunta que muitos moradores repetem nas comunidades:

“Para onde foi o dinheiro do transporte escolar?” A resposta ainda é um silêncio constrangedor vindo da prefeitura.

Veja documentos


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