Empresas embolsam R$ 35 milhões em materiais de construção destinados a obras inexistentes em Benjamin Constant; veja lista
Amazonas – A Prefeitura de Benjamin Constant (AM) homologou, no último dia 9 de outubro de 2025, o Pregão Presencial nº 042/2025, destinado à aquisição de materiais de construção para atender as “necessidades do município”.
O valor total do processo ultrapassa R$ 35 milhões, mas o documento oficial não informa quais obras serão realizadas, nem o destino exato dos recursos públicos.
A decisão, assinada pelo prefeito Semeide Bemerguy Porto, beneficia seis empresas, algumas delas sediadas em outros municípios do Alto Solimões.
O maior contrato, de R$ 9,9 milhões, foi para a empresa D.R. Moreno-Demais (CNPJ 03.499.782/0001-43), sediada em Tabatinga.
Outras empresas contempladas foram:
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Felipe Peixoto Moreno-Demais (CNPJ 10.770.606/0001-60) – R$ 7.417.785,00;
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H. Andrade da Silva Ltda-EPP (CNPJ 06.346.801/0001-90) – R$ 5.746.737,30;
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Anderson da Silva Pontes-EPP (CNPJ 20.214.679/0001-29) – R$ 5.570.763,70;
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J.C.G. da Costa-EPP (CNPJ 05.481.242/0001-68) – R$ 4.812.313,50;
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S.G. Alves Comércio-EPP (CNPJ 07.520.157/0001-97) – R$ 2.167.600,00.
Somados, os contratos chegam a R$ 35.644.541,50, valor considerado alto para um município de pequeno porte como Benjamin Constant.
O edital não especifica quais secretarias serão atendidas, tampouco informa quantas ou quais obras estão previstas.
O texto apenas cita que os materiais serão utilizados para “atender as necessidades do município”, sem apresentar um plano de aplicação, o que abre brechas para falta de transparência e possíveis irregularidades.
Servidores ouvidos pelo Portal e Tv CM7 Brasil, que preferiram não se identificar, afirmam que não há registros de obras em andamento que justifiquem o volume de compras.
“É muito dinheiro para algo tão genérico. Não existe detalhamento técnico nem cronograma de execução. Isso preocupa”, disse um servidor municipal.
A nova Lei de Licitações (14.133/2021) exige que todo contrato público contenha descrição clara do objeto, justificativa de preço e destinação dos recursos, o que não é observado de forma detalhada na publicação da Prefeitura.
Enquanto isso, moradores de Benjamin Constant relatam obras paradas, prédios públicos deteriorados e falta de manutenção em escolas e unidades de saúde.
Veja documentos