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Eleições na Bolívia: direita leva dois candidatos ao segundo turno e rompe domínio da esquerda

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Eleições na Bolívia: direita leva dois candidatos ao segundo turno e rompe domínio da esquerda

Mundo – O primeiro turno das eleições presidenciais na Bolívia, realizado neste domingo (17), terminou com a vitória da direita e abriu caminho para a primeira sucessão fora do Movimento ao Socialismo (MAS) em 20 anos. Segundo a contagem rápida do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), o senador Rodrigo Paz, de centro-direita, surpreendeu ao liderar a disputa com 32% dos votos. Ele enfrentará no segundo turno o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga, da direita conservadora, que obteve 26%.

O resultado confirma as pesquisas de boca de urna e representa um revés histórico para o campo político de Evo Morales, presidente entre 2006 e 2019. O milionário Samuel Doria Medina, que liderava as sondagens até a semana passada, terminou em terceiro lugar, com 20%, e já declarou apoio a Paz.

Fim da hegemonia do MAS

Esta será a primeira eleição em duas décadas sem vitória da esquerda boliviana. O partido de Morales, enfraquecido pela crise econômica e por disputas internas, teve desempenho pífio: o ex-discípulo Andrónico Rodríguez ficou com apenas 8% dos votos, e o governista Eduardo del Castillo, ligado ao presidente Luis Arce, recebeu 3%.

Impedido judicialmente de concorrer, Morales voltou a criticar o processo eleitoral e incentivou o voto nulo. Vestindo camisa branca e sandálias, cercado por apoiadores no vilarejo de Lauca Eñe, o ex-presidente afirmou:
— Desta vez vamos votar, mas não vamos eleger.

Eleição sob tensão

Apesar da tranquilidade apontada pelo TSE, houve episódios de violência. Andrónico Rodríguez foi hostilizado e alvo de pedras ao votar em Chapare, reduto de Morales. O incidente expôs a polarização em torno do ex-presidente, que segue alvo de um mandado de prisão.

Mais de 7,9 milhões de bolivianos foram convocados às urnas em meio a inflação de 25%, falta de combustíveis e escassez de dólares, fatores que aprofundaram a rejeição ao MAS. Para analistas, o eleitorado buscou mais do que alternância ideológica: deseja estabilidade política e recuperação econômica.

Promessas de mudança

Paz, filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1989-1993), defendeu uma guinada econômica.
— A Bolívia precisa de estabilidade, governabilidade e de uma economia para o povo, não apenas para o Estado — declarou após votar em Tarija.

Quiroga, por sua vez, prometeu uma transição democrática pacífica.
— Depois de 20 anos de abusos, a Bolívia vai mostrar ao mundo como mudar democraticamente — disse.

O presidente Luis Arce, que não concorreu à reeleição, prometeu entregar o cargo em 8 de novembro e conduzir uma transição democrática.

 



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