Despedida: Barroso encerra ciclo de 12 anos no STF e antecipa aposentadoria nesta sexta-feira
Brasil – O ministro Luís Roberto Barroso se despede oficialmente do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (17), encerrando uma trajetória de 12 anos na mais alta Corte do país. A aposentadoria, publicada no Diário Oficial da União na última quarta-feira (15), foi concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e passa a valer a partir deste sábado (18).
Indicado ao STF em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff (PT), Barroso poderia permanecer no tribunal até 2033, quando completaria 75 anos, idade-limite para os ministros. No entanto, optou por antecipar sua saída, decisão anunciada no plenário no dia 9 de outubro, pouco depois de deixar a presidência do STF no fim de setembro, cargo que passou ao ministro Edson Fachin.
Em seu discurso de despedida, Barroso afirmou que se despede “com o coração apertado”, destacando o sentimento de gratidão e a intenção de seguir novos caminhos fora da Corte.
Pouco depois da publicação do decreto de aposentadoria, o ministro chegou a passar mal e foi internado no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, após sofrer uma queda de pressão. Ele realizou exames e recebeu alta no dia seguinte.
Antes de se despedir do cargo, Barroso movimentou processos relevantes que estavam sob sua vista no plenário virtual. Entre eles, ações sobre a privatização da Companhia Energética de Alagoas (Ceal), o regime de precatórios e o fechamento dos Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTPs).
Em um de seus últimos votos, o ministro divergiu do relator Flávio Dino ao defender a constitucionalidade da resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que prevê o fechamento progressivo dos hospitais de custódia. Para Barroso, a medida está alinhada à Constituição de 1988 e à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, “corrigindo um modelo asilar incompatível com os direitos fundamentais”.
Com a saída de Barroso, o STF terá mais uma vaga aberta — e a escolha do novo ministro caberá ao presidente Lula, que recentemente indicou o advogado-geral da União, Jorge Messias, para ocupar o lugar deixado por Luís Roberto Barroso.
Barroso encerra assim um ciclo marcante na Suprema Corte, conhecido por sua atuação em temas de grande impacto social e político, como a defesa da democracia, os direitos civis e o avanço de pautas institucionais que moldaram o Judiciário nos últimos anos.
Reação da oposição
A aposentadoria do ministro também gerou repercussão nas redes sociais, especialmente entre críticos do Supremo. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), um dos principais nomes da oposição bolsonarista, publicou uma mensagem atacando o legado de Barroso e associando sua trajetória acadêmica e familiar aos Estados Unidos. A declaração faz parte de uma série de críticas da ala bolsonarista ao Supremo Tribunal Federal, frequentemente acusado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro de agir de forma parcial em processos envolvendo a direita.
Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP)
Barroso desenhou toda a sua carreira em cima dos EUA:
Professor em universidades
Apartamento de luxo na Flórida
Empresa LLC com os filhos
Filha estudando em Yale
Filho no meio de processo de cidadania americana
Tudo jogado na lata do lixo para perseguir a direita. E, agora que aposentou, mais difícil reverter ainda.
Que sirva de exemplo a todos que pretendem servir a Moraes ao invés do povo brasileiro.
Barroso desenhou toda a sua carreira em cima dos EUA:
-Professor em universidades
-Apartamento de luxo na Florida
-Empresa LLC com os filhos
-Filha estudando em Yale
-Filho no meio de processo de cidadania americanaTudo jogado na lata do lixo para perseguir a direita. E, agora… pic.twitter.com/fuwCQK3kh2
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) October 17, 2025