Deputado quase fantasma: Wanderley Monteiro gasta R$ 1,3 milhão em projetos irrelevantes e coleciona faltas
Amazonas – O deputado estadual Wanderley Monteiro (Avante), em seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), vem chamando atenção não pelo impacto de suas propostas, mas pelo alto custo para os cofres públicos e presença reduzida em plenário. Entre 2023 e o primeiro semestre de 2025, Monteiro gastou mais de R$ 1,3 milhão em despesas reembolsáveis pela cota parlamentar, segundo dados oficiais. No mesmo período, acumulou 66 faltas nas sessões, deixando claro que plenarismo e trabalho efetivo não estão entre suas prioridades.
O deputado recebe salário bruto de R$ 46 mil, com líquido mensal de R$ 27.369,50, valor que não inclui os recursos do chamado “cotão” parlamentar. Ex-vereador e eleito em 2022 com 17.787 votos (0,90%), Monteiro ocupa uma das 24 cadeiras da Aleam.
Produtividade: quantidade não é qualidade
Em seu primeiro mandato, Monteiro protocolou:
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30 Projetos de Lei Ordinária (PLs) em 2023
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19 PLs em 2024
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16 PLs em 2025 (até agora)
A maior parte das propostas não impacta diretamente a vida do cidadão, incluindo datas comemorativas e medidas curiosas, como:
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Dia Estadual do Administrador
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Dia do Agente Penitenciário
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Dia do Combate aos Crimes contra a Mulher na Internet
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PL que propõe proibir assentos extras em cinemas, teatros e casas de show no Amazonas
Dos 16 PLs apresentados em 2025, 9 são relativos a datas comemorativas, reforçando o padrão de legislação simbólica ou irrelevante.
Crise no partido
A atuação de Monteiro na Aleam não é o único problema. Nos bastidores, o Avante Amazonas abriu processo interno de expulsão contra ele, aprovado por unanimidade pelas direções estadual e municipal, sob acusação de quebra de fidelidade partidária. Monteiro terá direito a apresentar defesa até 15 de agosto, mas o desligamento oficial pode ocorrer já em 18 de agosto.
O cenário atual evidencia um deputado que gasta muito, produz pouco e ainda corre risco de perder seu próprio partido, tornando-se alvo de críticas tanto na Assembleia quanto dentro da legenda que o elegeu.