Deputado Daniel Almeida desmente discurso de Wilson Lima sobre a saúde no Amazonas; veja vídeos
Amazonas – O deputado Daniel Almeida (Avante) criticou duramente as declarações feitas pelo governador Wilson Lima na última segunda-feira (3), durante seu discurso na Assembleia Legislativa do Amazonas (Alem), sobre as melhorias na saúde pública do Estado. Durante a leitura anual, o governador afirmou que, após a implementação de mudanças na gestão do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto e da Maternidade Dona Lindu, os serviços de saúde no estado estavam mais rápidos e eficientes, com os pacientes aguardando no máximo sete dias para a realização de cirurgias.
“Há quase 60 dias, implementamos mudanças na administração do Pronto-Socorro 28 de Agosto e da Maternidade Dona Lindu, com resultados positivos. Hoje, os pacientes não esperam mais do que 7 dias para realizar cirurgias”, afirmou o governador.
Entretanto, o deputado Daniel Almeida contestou as palavras do governador, afirmando que a realidade enfrentada pela população é bem diferente da prometida. Almeida destacou que o caso de um paciente que precisou recorrer à Justiça após aguardar 20 dias por uma cirurgia pulmonar expõe a verdadeira situação do sistema de saúde do Amazonas.
“O caso deste paciente revela a dura realidade que muitos cidadãos do Amazonas enfrentam e contrasta diretamente com as declarações do governador sobre os prazos de espera”, afirmou Almeida, refutando a ideia de que os pacientes agora estão sendo atendidos de forma ágil, com prazos de espera reduzidos a sete dias.
Confira:
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As afirmações feitas pelo deputado expõe o caso de um paciente que foi internado no Hospital 28 de Agosto após sofrer um acidente e, posteriormente, ser diagnosticado com um problema pulmonar grave que exigia uma cirurgia urgente. O paciente, no entanto, enfrentou o adiamento de sua cirurgia por várias vezes. Após uma semana de internação, ele foi autorizado a ir para casa e aguardar uma nova data para o procedimento. Quando retornou ao hospital, foi informado de que apenas médicos clínicos gerais estavam disponíveis, enquanto os especialistas necessários para a realização da cirurgia estavam ausentes. Diante da situação e da longa espera, que se estendeu por 20 dias, o paciente decidiu recorrer à Justiça para garantir o direito de ser operado.
A experiência do paciente que recorreu ao Judiciário para garantir seu direito à cirurgia demonstra que a realidade está bem distante da afirmação do governador, que alega que a mudança na gestão dos hospitais estão dando resultados positivos para a população.
O caso segue em tramitação no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), sob o número 0017033-51.2025.8.04.1000, e aguarda sentença.
O Hospital 28 de Agosto e a Maternidade Dona Lindu passaram a ser administrados pela Organização Social de Saúde (OSS) Associação de Gestão, Inovação e Resultados em Saúde (Agir), com a promessa de que a gestão privada traria mais eficiência e qualidade ao atendimento. Contudo, a realidade tem mostrado que os problemas estruturais e operacionais nessas unidades de saúde ainda persistem. Médicos e pacientes relatam a falta de recursos básicos, como especialistas e equipamentos adequados, o que coloca em dúvida a eficácia das mudanças implementadas.
Para o deputado, “é necessário mais do que mudanças administrativas, é preciso investimento real em infraestrutura, contratação de especialistas e organização eficiente dos serviços”. Ele reforçou que, apesar das promessas do governo sobre os avanços no setor da saúde, o Amazonas ainda carece de reformas profundas para garantir um atendimento de qualidade a todos os cidadãos.
Enquanto o processo judicial do paciente segue no Tribunal de Justiça do Amazonas, o sistema de saúde pública continua sendo uma questão urgente. Até o fechamento desta matéria, o processo estava concluso para sentença, e o paciente ainda aguardava uma decisão judicial para garantir a realização de sua cirurgia.