‘Deputada de fachada’: Alessandra Campelo finge combater a violência contra as mulheres enquanto se diverte em Parintins
Amazonas – Enquanto os casos de feminicídio e estupro explodem no Amazonas, a deputada estadual Alessandra Campelo (PODEMOS) desfila pelo Festival de Parintins como se fosse influencer de rede social. Produzida da cabeça aos pés, com novos cílios, boca retocada e o visual digno de passarela, a parlamentar aproveita a festa folclórica na ilha, tirando fotos, gravando vídeos e sorrindo para as câmeras — tudo com dinheiro público e rodeada por assessores da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
Em frente às lentes, Campelo tenta manter uma imagem de mulher pública engajada: “Aqui na ilha a gente fica no turistódromo, nas filas, nas galeras trabalhando para garantir que as mulheres não sejam importunadas. E se houver crime pode denunciar”, declarou em entrevista recente. Mas, fora dos holofotes, o cenário é outro: o Amazonas registrou um aumento de 30,43% nos casos de feminicídio, conforme dados do Mapa da Segurança Pública de 2025, divulgado pelo Ministério da Justiça. Manaus, inclusive, figura entre as cinco cidades mais violentas do país em homicídios dolosos.
Diante de estatísticas tão alarmantes, a postura da deputada soa não apenas incoerente, mas desrespeitosa com as vítimas. Em vez de visitar abrigos, acompanhar investigações ou fiscalizar os serviços de atendimento às mulheres, ela escolhe o camarote vip, os flashes e a ambiguidade política: “Sou Caprichoso, mas amo o Garantido”, disse, em tom de piada, como quem tenta agradar a todos sem se comprometer com ninguém — uma tática que, ao que tudo indica, não se restringe apenas ao festival.
O crescimento de 42,91% nos estupros também acende um alerta vermelho, mas Campelo prefere não se pronunciar sobre a escalada da violência que atinge diretamente as mulheres do estado que ela representa. Em vez disso, posa para selfies e encena discursos vazios enquanto a população clama por segurança e políticas públicas eficazes.
Diante da crise, a pergunta que ecoa é: de que adianta criar um Plano Estadual de Prevenção à Violência contra a Mulher se a própria relatora prefere o palco à política, o filtro ao enfrentamento real? A resposta, infelizmente, parece estar nas caras e bocas que Alessandra Campelo exibe em Parintins — enquanto a dor de tantas mulheres segue invisível.


