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”Defensora de fachada”?: deputada Alessandra Campelo só luta pelas mulheres quando não prejudica deputado agressor

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”Defensora de fachada”?: deputada Alessandra Campelo só luta pelas mulheres quando não prejudica deputado agressor

Amazonas – Alessandra Campelo (Podemos), Procuradora da Mulher da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), está sendo novamente criticada por sua seletividade e hipocrisia na causa da violência contra mulheres expostas à luz do dia. Nesta terça-feira (8), ela aproveitou a repercussão do caso da promotora de eventos Kaline Milena, brutalmente agredida pelo companheiro, o cantor Diego Damasceno, para reforçar sua imagem de defensora incansável da causa feminina. No entanto, seu silêncio diante das denúncias de violência doméstica feitas por Lilian Barbosa Vieira, ex-esposa do presidente da Aleam, Roberto Cidade, revela uma postura conveniente que compromete sua credibilidade.

O caso de Kaline Milena chocou Manaus. Na madrugada de segunda-feira (7), na Zona Centro-Sul da capital, ela foi atacada por Diego Damasceno, com quem mantinha um relacionamento de quase um ano. A promotora teve três dentes quebrados e sofreu graves lesões no rosto, precisando ser internada. Segundo Kaline, a agressão teve início no carro, provocada pelo ciúmes de Diego em relação a um vídeo que ela publicou nas redes sociais, como parte da divulgação de um trabalho.

Alessandra Campelo não perdeu tempo. Em um vídeo publicado nas redes sociais, a deputada comentou o caso: “Um caso como esse gera muita comoção, muita repercussão. Infelizmente o caso da promotora de eventos que teve os dentes arrancados ao ser brutalmente agredida pelo companheiro não é um caso isolado. São casos que a gente vê todos os dias em Manaus, só que muitos deles não são sequer denunciados. No próprio caso da promotora, esse homem é reincidente em agressão quanto a ela. Por isso é importante o acolhimento dessa vítima. A equipe de psicóloga da procuradoria da mulher já está pronta aguardando a vítima para prestar atendimento, o apoio psicológico é fundamental para que ela não volte pra esse ciclo de violência”. Ela ainda destacou a necessidade de denúncias e o combate ao machismo, reforçando seu papel como Procuradora da Mulher.

Veja a publicação:

A solidariedade de Alessandra, porém, não se estende a todas as vítimas. Quando se trata de Lilian Barbosa Vieira, ex-esposa de Roberto Cidade, a deputada mantém um silêncio ensurdecedor. Lilian denunciou o presidente da Aleam por violência doméstica em 17 de outubro de 2024, em um caso investigado pela Polícia Civil do Amazonas. Ela relatou que, no Dia dos Pais de 2015, foi empurrada contra a parede e enforcada por Cidade, precisando arranhar o rosto dele para se libertar. Além disso, a vítima descreveu um padrão de agressões psicológicas, com insultos como “puta”, “gorda”, “escrota” e frases humilhantes como “que não prestava pra nada” e “que uma puta da rua fodia melhor que ela”. Cidade, indiciado por violência psicológica, ameaça e injúria, negou as acusações, mas as provas apresentadas por Lilian sustentaram o processo.

Mesmo com um boletim de ocorrência e a gravidade das denúncias, Alessandra jamais mencionou o caso de Lilian – nem na tribuna da Aleam, nem nas redes sociais. Como Procuradora da Mulher, cargo que deveria simbolizar a defesa intransigente das vítimas de violência, ela escolheu ignorar uma mulher que sofreu nas mãos do presidente da Casa Legislativa, seu aliado político. Em 2024, durante o período eleitoral, quando as acusações contra Cidade vieram à tona, Alessandra estava ao seu lado, apoiando sua campanha à Prefeitura de Manaus. A omissão, nesse contexto, não parece coincidência: proteger o colega de grupo político aparentemente pesa mais que a causa feminina.

A hipocrisia da deputada fica ainda mais evidente em outros episódios. Recentemente, ela usou as redes sociais para criticar o senador Plínio Valério por um trocadilho envolvendo a ministra Marina Silva, numa tentativa de “lacração” que foi vista como sororidade seletiva. Enquanto ataca adversários políticos, Alessandra se cala sobre os “monstros” que estão ao seu lado, como Cidade, e surfa na onda de casos de grande repercussão, como o de Kaline, para polir sua imagem. Em um estado onde a violência doméstica só cresce, a população cobra uma postura coerente: se é para defender as mulheres, que seja sem dois pesos e duas medidas. Até agora, Alessandra Campelo prova que sua luta tem endereço certo – e ele passa longe de quem pode comprometer seus interesses.


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