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Crise política e velhas práticas: gestão de Mário Abrahim insiste com nepotismo e falta de transparência em Itacoatiara; veja

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Crise política e velhas práticas: gestão de Mário Abrahim insiste com nepotismo e falta de transparência em Itacoatiara; veja

Amazonas – Itacoatiara, cidade a 270 quilômetros de Manaus e conhecida como a cidade “Queridinha do Amazonas”, carrega há anos desafios crônicos: ruas esburacadas, serviços públicos instáveis, sistema de abastecimento de água deficitário e um cenário econômico que caminha a passos lentos. A esperança de mudanças após as eleições de 2024, no entanto, parece ter dado lugar à frustração de parte da população, que assiste o segundo mandato do prefeito Mário Abrahim (Republicanos) começar sob um turbilhão de questionamentos e investigações.

Desde janeiro, a rotina política no município tem sido marcada por ações do Ministério Público, decisões do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) e críticas da oposição. As acusações vão de nepotismo e reajustes salariais suspeitos até licitações controversas e falhas graves na transparência das contas públicas.

Nepotismo reacende desconfiança

Logo no primeiro ato da nova gestão, Abrahim nomeou a esposa, Cristiany Costa Carvalho, como secretária municipal de Governo. O ato foi publicado no Diário Oficial em 2 de janeiro e assinado pelo próprio prefeito. O argumento oficial foi de que ela possuía “alta qualificação” — justificativa já contestada pelo Ministério Público de Contas (MPC-AM), que questionou a formação acadêmica da primeira-dama para exercer a função.

Não é novidade que Cristiany assuma um cargo de confiança: em 2021, ela já ocupava a secretaria de Assistência Social. Na ocasião, Abrahim defendeu a escolha destacando a “alta qualificação” da esposa, justificativa que foi questionada pelo Ministério Público de Contas (MPC-AM) em parecer que apontou a falta de formação adequada para o posto. Além disso, em janeiro de 2025, o MPC-AM aplicou uma multa ao prefeito por nomeações irregulares de familiares durante seu mandato anterior (2021-2024), conforme o processo n.º 14878/2023. A investigação revelou que pelo menos sete parentes diretos ou da esposa de Abrahim ocuparam cargos comissionados na administração municipal.

Vice-prefeita sob holofotes

As polêmicas também atingem a vice-prefeita e presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Marcela Cristine. Em março, ela assinou contratos que somam mais de R$ 3 milhões para aquisição de equipamentos e serviços no setor de esgoto. Parte das empresas contratadas, porém, tem como atividade principal o fornecimento de medicamentos, e não de materiais hidráulicos, o que levantou dúvidas sobre a pertinência das escolhas.

Entre as contratadas estão:

  • JASPE COMERCIO DE BOMBAS COMPRESSORES E PEÇAS LTDA – R$ 1.434.223,90
  • G. DE S. DOS SANTOS & CIA LTDA – R$ 258.497,50
  • M I BARBOSA DE LIMA LTDA – R$ 371.242,00
  • ML COMERCIO DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO LTDA – R$ 215.602,30
  • PRODIGY CO PRODIGY COMERCIO LTDA – R$ 313.564,89
  • PROTEMAC INDUSTRIA E COMERCIO DE BORRACHA LTDA – R$ 323.478,50
  • THIAGO S. PASSOS LTDA – R$ 366.620,00

Em 2021, Marcela já havia sido questionada por gastar quase R$ 2,3 milhões com fornecedores que não tinham ligação direta com o setor hidráulico, incluindo uma empresa de comunicação.

Falta de transparência

Enquanto a população reclamava da lentidão para obter informações sobre contratos e licitações, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) constatou que o Portal da Transparência do município estava praticamente desatualizado. Dados sobre licitações pararam de ser publicados em outubro de 2024, e informações financeiras não eram atualizadas desde março do mesmo ano.

O órgão considerou a omissão uma violação à Lei de Acesso à Informação e pediu à Justiça que obrigasse a prefeitura a corrigir as falhas, sob pena de multa.

Aumentando o próprio salário

Em março, o foco mudou para o próprio contracheque do prefeito. Um aumento aprovado no apagar das luzes da legislatura anterior elevou o salário de Abrahim já a partir de janeiro deste ano. O ex-vereador Arnold Lucas (Podemos) acionou o TCE-AM alegando que o reajuste desrespeitou a Lei Orgânica do Município. O caso segue em análise, com prazo aberto para manifestação dos envolvidos.

Confira na íntegra com os seguintes documentos: Lei-Organica-Compilada-pdf; Projeto-de-lei-de-aumento-salario-Itacoatiara;



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