CPMI do INSS pede a prisão de Jucimar da Silva, ex-vereador de Manacapuru; veja vídeo
Brasil – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, em sessão realizada nesta terça-feira (02/09/2025), o pedido de prisão preventiva de Jucimar Fonseca da Silva, ex-vereador de Manacapuru (AM) e ex-Coordenador-Geral de Pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Além de Jucimar, a CPMI solicitou a prisão de outros 20 investigados, incluindo André Paulo Félix Fidelis, Érica Douglas Martins Fidelis, Cecília Rodrigues Mota, Vigílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, Thaisa Hoffmann-Johnson, Maria Paula Xavier da Fonseca Oliveira, Alexandre Guimarães, Antônio Carlos Camilo Antunes, Rubens Oliveira Costa, Romeu Cavalho Antunes, Domingo Sávio de Castro, Milton Salvador de Almeida Juno, Adélinon Rodrigues Juno, Alessandro Antonio Stefanuto, Giovanni Battista Spica, Reinaldo Carlos Barroso de Almeida, Wanderlei Barbosa dos Santos, Jussimá Fonseca da Silva, Filipe Rotters Coutinho, Mauricio Camisote e Márcio Alaô de Araújo, citados em inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
A solicitação, apresentada pela Advocacia do Senado, fundamenta-se na Operação Sem Descontos, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU). A operação revelou um esquema de fraudes bilionárias no INSS, com descontos indevidos de até R$ 81,57 em benefícios de aposentados e pensionistas, totalizando um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Segundo a CGU, 97% dos beneficiários entrevistados não autorizaram os descontos, realizados por meio de Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados entre o INSS e entidades de classe, como associações e sindicatos, que não apresentaram documentação completa em 70% dos casos analisados.
Jucimar da Silva, figura central no escândalo, foi afastado do cargo no INSS por seis meses após a operação. Ligado politicamente ao ex-prefeito de Manacapuru Beto Dangelo e à atual prefeita Valciléia Flores Maciel, Jucimar é apontado como peça-chave na gestão dos pagamentos que viabilizaram o esquema. Sua trajetória como vereador em Manacapuru, onde consolidou influência ao lado de Dangelo, e sua relação com o grupo político que hoje comanda a prefeitura reforçam as suspeitas de que a corrupção no INSS pode ter ramificações na política local. Imagens obtidas pela imprensa mostram Jucimar ao lado de Dangelo e da prefeita Valciléia, evidenciando os laços políticos que o mantiveram em posições de poder.
A CPMI destacou que, apesar dos “indícios veementes de materialidade e autoria” das infrações penais, nenhum dos investigados está preso, o que motivou o pedido de prisão preventiva para garantir a instrução criminal, a ordem pública e a aplicação da lei penal. O esquema, que vitimou cerca de seis milhões de aposentados e pensionistas, gerou revolta nacional, especialmente em Manacapuru, onde a população cobra esclarecimentos sobre o impacto das fraudes na gestão pública local, já marcada por denúncias de desvios e superfaturamento.
Além de Jucimar, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e outros servidores foram afastados. A PF continua as investigações, e a CPMI deve encaminhar a petição de prisão ao STF nos próximos dias. A sociedade civil, em especial os aposentados lesados, exige justiça e transparência. Para mais detalhes, acesse o relatório da Operação Sem Descontos no site da Polícia Federal ou acompanhe as atualizações da CPMI.


