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‘Bomba Relógio’: empréstimos de Wilson Lima aprovados pela ALEAM já somam R$ 17 bilhões

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‘Bomba Relógio’: empréstimos de Wilson Lima aprovados pela ALEAM já somam R$ 17 bilhões

Manaus – A gestão Wilson Lima transformou o caixa estadual em uma bomba-relógio prestes a explodir. Nos últimos três anos, o governador recebeu autorização da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para contratar 11 empréstimos que ultrapassam R$ 17 bilhões, sempre aprovados em votações relâmpago e sem qualquer debate robusto.

O mais recente, de R$ 1,5 bilhão, foi aprovado no dia 18 de novembro em menos de um minuto, consolidando a prática da base governista de autorizar dívidas colossais sem questionar impactos, garantias ou destinação detalhada. A imprensa amazonense tem questionado o governo sobre como o Estado pretende arcar com tamanha dívida, mas até o momento, nenhuma resposta transparente foi dada.

A engrenagem da dívida

O ritmo acelerado de endividamento não deixa dúvidas: o governo intensificou a tomada de crédito no segundo mandato, pulverizando pedidos entre bancos nacionais e organismos internacionais. Essa prática amplia o montante disponível, mas também cria uma teia de compromissos caros, duradouros e acumulativos.

E os dados oficiais revelam a dimensão:

Só em 2023, o governador apresentou cinco pedidos de empréstimo. Em 2024, foram mais quatro. E, em 2025, já são dois aprovados pela Aleam até agora. Os empréstimos em moeda nacional somam R$ 9,22 bilhões. Em dólar, os contratos chegam a US$ 1,5575 bilhão, o que corresponde a R$ 8,507 bilhões após conversão.

Confira:

14/08/2023 — 1º empréstimo:
US$ 87,5 milhões, junto ao BID, para o Programa de Saneamento Integrado de Parintins (PROSAI Parintins).

16/10/2023 — 2º empréstimo:
R$ 220 milhões, com o Banco do Brasil, para o Programa Estadual de Habitação, Infraestrutura e Saneamento (PROHABIS).

06/11/2023 — 3º empréstimo:
R$ 1,5 bilhão, com o Banco do Brasil, destinado ao Programa de Apoio às Despesas de Capital (PRODECAP VI).

06/11/2023 — 4º empréstimo:
US$ 200 milhões, com o IBRD, para o Programa de Sustentabilidade Fiscal, Econômica, Social e Ambiental do Amazonas (PRÓ-SUSTENTÁVEL II).

10/12/2023 — 5º empréstimo:
US$ 100 milhões, junto ao BID, para o Programa de Aceleração do Desenvolvimento da Educação do Amazonas (PADEAM II).

10/12/2024 — 6º empréstimo:
R$ 3 bilhões, com o Banco do Brasil, para o Programa de Apoio às Despesas de Capital (PRODECAP VIII e PRODECAP IX).

10/12/2024 — 7º empréstimo:
US$ 585 milhões, com o IBRD, destinado à reestruturação de dívidas internas no Programa Pro-Sustentável III.

10/12/2024 — 8º empréstimo:
Valor não informado, junto ao BID, para o Projeto de Modernização da Gestão Fiscal do Amazonas (PROFISCO III AM).

11/12/2024 — 9º empréstimo:
R$ 3 bilhões, com o Banco do Brasil, para o Programa de Desenvolvimento Habitacional e das Despesas de Capital do Amazonas (PROHABCAP 2025 e 2026).

18/06/2025 — 10º empréstimo:
US$ 585 milhões, com o IBRD, sem destinação informada.

18/11/2025 — 11º empréstimo:

R$ 1,5 bilhão, destinado ao Programa Estadual de Habitação, Infraestrutura, Saneamento e Capitalização do Fundo Garantidor de PPP (PROHABISCAP).

Somente neste segundo mandato, o governo do Amazonas já coleciona mais de R$ 17 bilhões em empréstimos.

Toque de caixa: votações em ritmo de pit-stop

A aprovação do último pedido expôs o absurdo: 22 dos 24 deputados votaram “sim” sem ao menos abrir discussão.

O deputado Wilker Barreto (Mobiliza) foi o único voto contrário. Delegado Péricles (PL) se absteve.

Para Barreto, o pedido de apenas três páginas é tão raso quanto irresponsável. Ele classificou o ato como “assinar um cheque em branco de R$ 1,5 bilhão”. O governo afirma que o recurso não será usado para folha de pagamento nem despesas rotineiras — somente para “obras emergenciais”. Quais obras? Não foi informado.

Arrecadação sob pressão

Em 2024, quatro empréstimos bilionários foram aprovados. A arrecadação bate recordes — o ICMS cresceu 10% e deve alcançar cerca de R$ 17 bilhões em 2025 — mas a dívida cresce ainda mais rápido.
Se o ritmo de endividamento continuar, o Estado tende a entrar em um ciclo de estrangulamento fiscal, prejudicando investimentos, serviços e políticas públicas por vários anos.

Wilson Lima caminha para encerrar o mandato como o governador que mais endividou o Amazonas em toda a história, empurrando para futuras gestões a conta de uma administração que vive de créditos, não de planejamento.

E, enquanto bilhão após bilhão é contratado sem transparência, o amazonense continua sem ver retorno nas ruas, nas escolas, nos hospitais e na segurança pública. Uma bomba-relógio montada voto a voto — e cada vez mais perto de explodir.

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