Bolsonaro ficará preso em “Sala de Estado” na sede da PF; veja vídeo
Brasil – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanecerá detido em uma Sala de Estado dentro da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, onde chegou na manhã deste sábado (22) após ter sua prisão domiciliar convertida em prisão preventiva. O espaço é reservado exclusivamente para autoridades de alta representatividade, como ex-presidentes e outras figuras públicas.
O ambiente dispõe de cama de solteiro, mesa, cadeira, banheiro privativo, ar-condicionado, televisão, janela, armário e frigobar — estrutura semelhante à já utilizada por Lula e Michel Temer quando ficaram detidos em outras unidades da PF. Veja vídeo:
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar uma trama golpista para tentar impedir a transição de governo após a derrota eleitoral de 2022. No entanto, a detenção atual não se refere ao cumprimento dessa pena, mas sim a uma medida cautelar.
Como ocorreu a prisão
A prisão preventiva foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal e executada pela PF nas primeiras horas da manhã. A decisão do ministro Alexandre de Moraes aponta que a convocação de uma vigília feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na noite anterior poderia indicar risco de fuga e tentativa de obstrução das medidas judiciais impostas ao ex-presidente, que estava em prisão domiciliar desde agosto.
De acordo com a decisão, a reunião de apoiadores poderia servir para dificultar a fiscalização da PF, justificando a conversão da domiciliar em preventiva.
Defesa afirma que prisão coloca Bolsonaro “em risco”
Após a detenção, os advogados do ex-presidente divulgaram nota afirmando que a decisão causa “profunda perplexidade” e que Bolsonaro não oferecia risco de fuga, já que estava em casa, usando tornozeleira eletrônica e sob vigilância constante.
Os defensores Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno também afirmam que o estado de saúde do ex-presidente é “delicado” e que a prisão preventiva pode colocar sua vida em risco.
Na nota, a defesa critica a fundamentação da decisão, que teve origem em uma vigília religiosa convocada por aliados:
“A prisão preventiva […] causa profunda perplexidade, principalmente porque […] está calcada em uma vigília de orações. A Constituição garante o direito de reunião, em especial a liberdade religiosa”, diz o texto.
“Apesar de afirmar a ‘existência de gravíssimos indícios de eventual fuga’, o ex-presidente foi preso em sua casa, com tornozeleira eletrônica e sendo vigiado pelas autoridades policiais.”
“O estado de saúde de Jair Bolsonaro é delicado e sua prisão pode colocar sua vida em risco. A defesa vai apresentar o recurso cabível.”
Os embargos referentes à condenação no STF ainda não se esgotaram, e a defesa tem até segunda-feira para apresentar novos questionamentos.
Rotina na PF
Se permanecer nos próximos dias na Superintendência da PF, a defesa poderá solicitar permissão para que Bolsonaro receba livros, pertences pessoais e equipamentos eletrônicos, desde que autorizados pela própria Polícia Federal e pelo STF.
Vídeos divulgados neste sábado mostram detalhes da Sala de Estado onde o ex-presidente cumprirá a prisão preventiva enquanto o caso segue em análise pelo Supremo.
