Bolsonaro faz pedido por anistia direto a Hugo Motta e Davi Alcolumbre, afirma Flávio
Brasil – O senador Flávio Bolsonaro (PL) afirmou, na manhã desta terça-feira (25/11), que o ex-presidente Jair Bolsonaro fez um pedido “direto” aos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), para que a anistia seja finalmente pautada no Congresso. A declaração ocorreu após Flávio visitar o pai, que cumpre prisão preventiva desde sábado (22/11) na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
Segundo o senador, Bolsonaro foi claro ao solicitar que os filhos intensifiquem a pressão sobre os chefes das Casas legislativas.
“Pediu que a gente insistisse com presidente Motta e Alcolumbre, e que nos pedíssemos pra eles a colocação em pauta do projeto de anistia. É um pedido direto dele”, afirmou.
A visita de Flávio e de Carlos Bolsonaro foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que liberou encontros individuais com o ex-presidente entre 9h e 11h. Os dois chegaram à PF por volta das 9h20 desta terça-feira. Já o filho Jair Renan tem visita marcada para quinta-feira (27/11).
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Prisão preventiva e nova pressão política
Bolsonaro está preso após admitir ter danificado a tornozeleira eletrônica utilizando um ferro de solda. A perícia confirmou a versão. A prisão foi solicitada pela Polícia Federal no âmbito do inquérito que apura crimes como coação no curso do processo do golpe, obstrução de Justiça e atentado à soberania. Desde julho, o ex-presidente cumpria medidas cautelares, entre elas o uso obrigatório da tornozeleira.
A detenção aumentou a tensão política em Brasília e colocou ainda mais foco na movimentação da oposição, que tenta acelerar o debate sobre anistia. “O clima é de urgência”, avalia um aliado de Bolsonaro nos bastidores.
Anistia: o que está em jogo
O chamado PL da Dosimetria — batizado assim após ser encaminhado ao relator Paulinho da Força (Solidariedade-SP) — prevê apenas a revisão das penas aplicadas aos investigados dos atos de 8 de janeiro. No entanto, o que parte da oposição defende desde o início é uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, que atingiria condenados, investigados e processados no âmbito dos ataques antidemocráticos.
A crise entre o governo Lula e o Congresso, avaliam parlamentares, pode abrir espaço para que a pauta avance. A pressão dos filhos de Bolsonaro e de aliados deve aumentar nos próximos dias.
Enquanto isso, o ex-presidente segue na carceragem da PF, e sua prisão preventiva — inédita na história republicana — continua incendiando o debate político e jurídico no país.


