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Após ser desmascarado, “procurador influencer” de Manacapuru surta e ameaça dona do CM7 em vídeo

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Após ser desmascarado, “procurador influencer” de Manacapuru surta e ameaça dona do CM7 em vídeo

Amazonas – O procurador-geral do município de Manacapuru, Christian Galvão da Silva, protagonizou uma cena agressiva e intimidadora nas redes sociais nesta segunda-feira (9), após a publicação de uma reportagem do portal CM7 revelando o uso suspeito de recursos públicos em benefício próprio e de familiares. Em um vídeo que circula nas redes, o procurador-geral ameaça diretamente a jornalista Cileide Moussallem, proprietária do site.

Visivelmente exaltado, Galvão não apenas nega as denúncias feitas pelo portal, como parte para o ataque contra a jornalista, com declarações que beiram o abuso de autoridade:

“Eu vou pedir a tua prisão, Cileide. Eu vou te mostrar como é que se faz aqui em Manacapuru […] Eu vou fazer você gastar dinheiro. […] Toda semana eu vou fazer um vídeo contra esse portal, que é fake news, que é chato, que é rancoroso […] E te prepara, porque nós vamos nos ver num processo.”

Não deu explicações

Além de não apresentar nenhuma evidência que refute a denúncia e os documentos, o procurador ainda acusa Cileide de extorsão sem apresentar provas, em uma tentativa de desqualificar o trabalho do veículo de imprensa que expôs, na última semana, uma série de práticas suspeitas envolvendo sua atuação no Executivo municipal.

A reportagem publicada pelo CM7 aponta que, enquanto Manacapuru sofre com precariedade na infraestrutura, saúde e educação, a prefeita Valciléia Maciel estaria destinando recursos públicos para financiar a vida acadêmica do procurador — que cursaria medicina em regime integral — e garantir cargos públicos para pelo menos três mulheres de sua vida pessoal: a irmã, a ex-companheira e a própria mãe.

Segundo o levantamento, a irmã de Galvão, Flaide Flaviane Galvão Ferreira, ocupa cargo na procuradoria municipal; Luana Marcela Pacheco Mota, mãe de um de seus filhos, é lotada como agente administrativa; e Maria Erivania Araújo Galvão, sua mãe, além de exercer função de diretora administrativa na prefeitura, consta como sócia de uma empresa privada, o que pode configurar conflito de interesses e possível favorecimento em contratos com o poder público.

As denúncias foram reforçadas por moradores da cidade, que apontam que tanto a ex-companheira quanto a mãe do procurador seriam “funcionárias fantasmas”, recebendo salários sem desempenhar funções reais. A soma de cargos e relações pessoais compromete a imagem de austeridade e moralidade que Christian Galvão costuma projetar como figura pública e influencer digital.

“Procurador faz tudo”

Além disso, Christian Galvão, procurador-geral de Manacapuru, levanta suspeitas ao conciliar um curso de Medicina em tempo integral, que exige dedicação exclusiva, com suas obrigações na procuradoria municipal — além de atuar como professor de Direito, garoto-propaganda da universidade particular onde estuda e influencer político nas redes sociais, onde defende com veemência a prefeita Valciléia Maciel. A pergunta que se impõe é: como ele encontra tempo para cumprir tantas atividades que, por si só, já exigiriam dedicação total? O acúmulo de funções e a constante exposição pública indicam não apenas uma sobreposição impraticável de agendas, mas também possível uso indevido do tempo de serviço público, configurando indícios de incompatibilidade funcional, conflito de interesses e desvio de finalidade.

Apesar da gravidade das acusações e da reação pública do procurador-geral, a prefeitura de Manacapuru ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. O espaço segue aberto.

Enquanto isso, cresce a preocupação entre entidades de imprensa e defensores da liberdade de expressão quanto ao uso de cargos públicos para intimidar jornalistas e silenciar denúncias que envolvem interesses do poder local.

Confira documentação que prova o vínculo da prefeitura de Manacapuru com as familiares do procurador geral:





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