Após prisão, ex-ministro Gilson Machado será transferido para presídio com superlotação
Brasil – O ex-ministro do Turismo Gilson Machado, um dos nomes mais próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, foi preso preventivamente nesta sexta-feira (13), acusado de envolvimento em um suposto plano de fuga para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e hoje delator da tentativa de golpe de Estado investigada pela Polícia Federal.
Após audiência de custódia, a Justiça determinou sua transferência para o Cotel (Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna), localizado em Abreu e Lima (PE). A unidade prisional, entretanto, está sob alerta: com capacidade para 950 detentos, atualmente abriga mais de 4 mil presos, o que representa uma taxa de ocupação superior a 400%.
O local, que deveria funcionar como centro de triagem com celas individuais e estrutura temporária, tornou-se um dos símbolos da crise carcerária de Pernambuco. Em inspeção realizada no ano passado, o Ministério Público Federal classificou a situação do presídio como “desumana” e “alarmante”, citando condições precárias de higiene, superlotação e falta de atendimento médico adequado.
Segundo fontes ligadas à investigação, a prisão de Gilson Machado ocorreu após a Polícia Federal reunir indícios de que ele atuava para facilitar a fuga de Mauro Cid, cujo acordo de delação premiada compromete diretamente o ex-presidente Bolsonaro e integrantes da cúpula do antigo governo. A ação de Machado teria envolvido contatos no exterior e articulações logísticas para viabilizar a saída ilegal do país.
Após a abordagem policial, familiares do ex-ministro entraram em contato com o advogado e ex-secretário de Comunicação do governo, Fábio Wajngarten, que segue sendo um dos articuladores jurídicos mais próximos do núcleo bolsonarista.
