Brasília Amapá Roraima Pará |
Manaus
Web Stories STORIES
Brasília Amapá Roraima Pará

Ampliação de cadeiras na Câmara pode ser votada ainda neste mês de junho

Compartilhe
Ampliação de cadeiras na Câmara pode ser votada ainda neste mês de junho

Brasil – Ampliação de cadeiras na Câmara pode ser votada ainda neste mês de junho
A Câmara dos Deputados pode votar ainda neste mês de junho uma proposta que prevê a ampliação do número de cadeiras no legislativo federal, conforme o Projeto de Lei Complementar (PLP) 177/2023. A medida, que visa corrigir distorções na representatividade dos estados com base no Censo 2022 do IBGE, tem gerado intensos debates entre parlamentares e a sociedade civil, levantando questões sobre custos, representatividade e impacto político.

A proposta busca ajustar a distribuição das cadeiras na Câmara de acordo com a população atual dos estados, atendendo a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para redistribuição das vagas. Desde a última redistribuição, em 1993, mudanças demográficas significativas criaram desequilíbrios. Estados como Amazonas e Santa Catarina, que tiveram crescimento populacional expressivo, estão sub-representados, enquanto outros mantêm um número desproporcional de deputados. A favor da medida, defensores argumentam que ela tornará o legislativo mais justo e alinhado à realidade demográfica do país.

Por outro lado, críticos apontam que o aumento de 513 para 531 cadeiras elevará os custos do legislativo sem garantir melhorias significativas na representação. O Brasil, que já possui um dos congressos mais caros do mundo, enfrenta questionamentos sobre a alocação de recursos que poderiam ser direcionados a áreas como saúde e educação.

Davi Alcolumbre (União-AP), manifestou-se sobre o tema em entrevista no dia 5 de junho de 2025, durante o 11º Fórum Parlamentar do Brics. Ele afirmou que pretende pautar o PLP 177/2023 no Senado até o fim de junho, antes do prazo estabelecido pelo STF. Alcolumbre destacou que a medida cumpre uma decisão judicial e negou que a criação de 18 novas cadeiras geraria aumento de despesas, alegando que o orçamento da Câmara já contemplaria a mudança. Ele planeja iniciar conversas com senadores e líderes partidários na próxima semana para viabilizar a votação antes de 30 de junho.

No entanto, há divergências sobre o impacto financeiro. Enquanto Alcolumbre defende que não haverá custos adicionais, a Direção-Geral da Câmara estima um impacto anual de aproximadamente R$ 64,6 milhões com as 18 novas vagas, sendo cerca de R$ 3,6 milhões por deputado ao ano. Alguns senadores resistem à proposta, defendendo que a redistribuição ocorra dentro das 513 cadeiras atuais para evitar despesas extras. Alcolumbre também se posicionou contra a criação de cotas fixas para mulheres no Legislativo, argumentando que a obrigatoriedade poderia ser contraproducente e defendendo incentivos como o fortalecimento partidário e a formação política feminina.
Processo legislativo

Para ser aprovada, a proposta precisa passar por um trâmite rigoroso. Na Câmara, é analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e por uma comissão especial, antes de seguir para votação em plenário, onde exige maioria qualificada por ser uma emenda constitucional. No Senado, o processo é semelhante, com análise em comissões e votação em plenário. A expectativa é que a Câmara conclua sua parte em junho, antes do recesso, mas o cronograma apertado e as divergências políticas podem atrasar o processo.

Impacto político

A ampliação das cadeiras pode alterar a dinâmica política na Câmara, redistribuindo o poder entre estados e partidos. Regiões com maior crescimento populacional, como o Norte e o Sul, podem ganhar influência, beneficiando legendas mais fortes nessas áreas. Isso gera tensões, já que a medida afeta interesses regionais e partidários, tornando a negociação um ponto central do debate.

Repercussão pública

A opinião pública está dividida. Alguns setores defendem a ampliação como um passo para maior representatividade, enquanto a maioria dos brasileiros, segundo sondagens, rejeita a ideia devido ao aumento de gastos. Em um contexto de ajuste fiscal e desconfiança com a classe política, a percepção de que a medida seria um “custo desnecessário” é predominante.



Banner Rodrigo Colchões

Banner 1 - Portal CM7 Siga-nos no Google News Portal CM7



Carregar mais