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Amigo de Lula, José Dirceu prepara volta à Câmara em 2026 após ser liberado pela Justiça

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Amigo de Lula, José Dirceu prepara volta à Câmara em 2026 após ser liberado pela Justiça

Brasil – José Dirceu, um dos nomes mais emblemáticos da história do PT e amigo próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está de volta ao centro da cena política brasileira. Liberado pela Justiça após a anulação de todos os processos que o envolviam na Operação Lava-Jato, o ex-ministro da Casa Civil planeja retomar sua trajetória parlamentar e já articula uma candidatura à Câmara dos Deputados em 2026. Aos 79 anos, Dirceu vive uma intensa agenda política, marcada por encontros com militantes, eventos partidários e reuniões com figuras de peso, sinalizando que sua influência no PT e no governo está longe de se apagar.

Na última terça-feira (18), durante um evento solene no Congresso Nacional em homenagem aos 40 anos da redemocratização, Dirceu circulou com desenvoltura entre senadores, deputados e até o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que fizeram questão de cumprimentá-lo. O ex-presidente José Sarney, estrela da cerimônia aos 94 anos, o saudou como “meu caro amigo Zé Dirceu”, em um momento que simbolizou seu retorno ao coração do poder. Dias antes, em Brasília, ele reuniu caciques da política – como o ex-presidente da Câmara Arthur Lira, o atual, Hugo Motta, e treze ministros, incluindo Rui Costa e Fernando Haddad – para celebrar seu aniversário. Em São Paulo, não foi diferente: encontrou Lula na casa da ex-prefeita Marta Suplicy e, no dia seguinte, posou para fotos com militantes em uma feijoada promovida em um espaço do MST.

Chamado de “comandante” em alusão aos tempos de exílio e treinamento militar em Cuba durante a ditadura, Dirceu tem usado esses eventos para mandar recados claros. Ele defende uma aliança ampla, que ultrapasse os limites da esquerda e inclua até setores da direita, como estratégia para garantir a reeleição de Lula em 2026 e fortalecer o governo, que descreve como “sitiado”. “Não é que não possamos criticar, mas temos que apoiar”, afirmou em Brasília. Ele também alertou para o principal adversário no horizonte: o bolsonarismo, personificado, segundo ele, pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Não tenhamos ilusões. Tarcísio é o bolsonarismo com outra embalagem”, disse, rejeitando a ideia de que o político represente uma alternativa moderada.

Missões de Lula e o retorno às urnas

O aval para a volta de Dirceu à política vem diretamente de Lula. Nos bastidores, o ex-ministro revela ter recebido duas missões do presidente: candidatar-se a deputado federal em 2026 e trabalhar para unificar o PT. Sobre a candidatura, seu histórico fala por si: em 1990, foi eleito com 35 mil votos; em 1998, alcançou 113 mil; e em 2002, obteve impressionantes 556 mil votos, sendo o segundo mais votado em São Paulo. Apesar de desconversar – “Decido no fim do ano, quem se lança cedo vira alvo”, diz –, poucos duvidam de sua intenção de concorrer, especialmente como forma de deixar para trás os escândalos do mensalão e da Lava-Jato, que marcaram sua carreira.

A segunda missão, unir o PT, é mais desafiadora. Dirceu apoia a eleição de Edinho Silva, ex-ministro e ex-prefeito, para a presidência do partido em julho, alinhando-se à corrente majoritária Construindo um Novo Brasil e ao desejo de Lula. No entanto, enfrenta resistências, como a do deputado Rui Falcão, ex-presidente da sigla, que coleta assinaturas para disputar o cargo com um discurso mais à esquerda, contrário à guinada ao centro defendida por Dirceu. “O PT não pode ser só um braço do governo de frente ampla”, rebateu Falcão.

A trajetória de Dirceu é digna de reviravoltas. Cassado em 2005 por seu papel no mensalão, foi condenado a mais de dez anos de prisão em 2012. Em 2015, já na Lava-Jato, voltou a ser preso, acumulando penas que chegaram a 31 anos por corrupção envolvendo a Petrobras. Sua libertação definitiva veio em 2024, quando o ministro Gilmar Mendes, do STF, anulou todos os processos da operação contra ele, citando a falta de imparcialidade do ex-juiz Sergio Moro – o mesmo argumento que beneficiou Lula. Com a ficha limpa, Dirceu agora mira um novo capítulo.


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