Alessandra Campelo tenta resgatar, em vão, a bandeira de defesa da mulher
Manaus – Em mais uma tentativa de se agarrar a um protagonismo que já lhe escapa pelas mãos, a deputada estadual Alessandra Campelo realizou o evento “Café com Elas” na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM). O encontro, anunciado como uma grande ação em defesa das mulheres, acabou ofuscado pela presença predominante de servidores públicos e seus familiares, convocados para lotar o auditório e produzir imagens de engajamento que a realidade já não sustenta.
A movimentação ocorre enquanto Alessandra Campelo tenta ressuscitar sua desgastada imagem de defensora da pauta feminina — uma bandeira que ela empunhou no passado, mas que hoje perdeu credibilidade diante de sua atuação seletiva. A deputada tem uma clara preferência por casos que lhe rendem manchetes, enquanto vira as costas para situações que envolvem aliados políticos.
O exemplo mais marcante dessa seletividade foi o silêncio absoluto da deputada quando a ex-esposa do presidente da ALEAM, Roberto Cidade, o denunciou por violência doméstica. O caso ganhou grande repercussão no estado, mas Alessandra Campelo — que nunca perde a chance de se apresentar como referência da pauta — optou por se calar. Para muitas mulheres, esse silêncio revelou não apenas conveniência, mas cálculo político frio.
Enquanto isso, movimentos femininos independentes avançam com força no Amazonas, expondo ainda mais a fragilidade da parlamentar. O movimento da Virada Feminina, por exemplo, cresce sem depender de estruturas estatais ou de padrinhos políticos, e passou a simbolizar uma mobilização real — justamente o tipo de engajamento que Alessandra Campelo nunca conseguiu construir fora dos holofotes institucionais.
O contraste entre a estética ensaiada do “Café com Elas” e a perda concreta de relevância da deputada escancara um desgaste que ela não consegue mais disfarçar. O evento, apesar de cheio, soou vazio: de espontaneidade, de representatividade e de credibilidade.
Agora, enquanto tenta desesperadamente retomar uma bandeira que um dia usou com força, Alessandra Campelo vê crescer a percepção de que sua defesa das mulheres deixou de ser causa e passou a ser estratégia — e, para muitos, uma estratégia que já não convence ninguém.




