Saiba quem são os estudantes de Direito e o advogado acusados de aplicar golpes em idosos no AM
Amazonas – A Polícia Civil do Amazonas deflagrou, nesta sexta-feira (7/11), a operação “Cavalo de Troia”, que desarticulou um esquema de fraudes bancárias e jurídicas contra idosos no estado. Sete pessoas foram presas, entre elas o advogado Helioenay Naftaly Pinheiro da Silva, apontado como líder da quadrilha, e três estudantes de Direito que atuavam diretamente nas ações fraudulentas.
Além de Helioenay, foram presos Laíssa de Souza Martins, esposa do advogado; Adriano de Souza Passos, Thaís Alves da Silva, Jonatas Santos da Silva, Gessilda Rodrigues Brasil e Thaylon Gabriel de Matos Cordeiro.
Helioenay foi detido no município de Lábrea, no sul do Amazonas, enquanto os demais foram capturados em Manaus e Borba, em uma ação simultânea da Polícia Civil.
As investigações duraram cerca de três meses e revelaram que o grupo já atuava há pelo menos três anos, com mais de 3.700 ações judiciais protocoladas, segundo o delegado Jorge Arcanjo, responsável pela operação.
“Eles falsificavam procurações, comprovantes de residência e usavam esses documentos para abrir contas, fazer empréstimos e ingressar na Justiça buscando indenizações falsas. É um grupo estruturado, com divisão de funções e atuação em diferentes cidades”, explicou o delegado.
Esquema e modo de operação
De acordo com a polícia, o grupo se aproximava de idosos em cidades do interior do Amazonas, obtendo seus dados pessoais e bancários sob falsos pretextos. Em seguida, criavam contas digitais em nome das vítimas, solicitavam empréstimos e protocolavam ações judiciais alegando irregularidades para tentar lucrar com indenizações.
Nas redes sociais, Laíssa de Souza, esposa do advogado, ostentava uma vida de luxo e chegou a ensinar “técnicas” para ganhar mais de R$ 20 mil, mesmo antes de se formar e obter registro na OAB.
Segundo a Polícia Civil, Helioenay era o mentor intelectual e jurídico do esquema, enquanto os estudantes de Direito e demais envolvidos cuidavam da falsificação de documentos e do ajuizamento das ações fraudulentas.
Prisões e apreensões
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos carros de luxo, celulares, documentos e outros bens adquiridos com o dinheiro dos golpes. Todos os suspeitos foram encaminhados à delegacia e responderão pelos crimes de estelionato, falsificação de documentos e associação criminosa.
O nome da operação, “Cavalo de Troia”, faz referência à tática usada pelo grupo, que se apresentava de forma aparentemente legítima, mas utilizava o acesso concedido pelas vítimas para agir de dentro do sistema jurídico e bancário.
A Polícia Civil informou que uma coletiva de imprensa será realizada ainda hoje para detalhar o alcance do esquema e o valor total movimentado pelos criminosos.
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