Saiba quem são as servidoras do Governo do Amazonas que foram presas acusadas de desviar milhões da saúde
Amazonas – Rafaela Faria Gomes da Silva, diretora da Maternidade Balbina Mestrinho; Andréa Castro, ex-diretora da Maternidade Nazira Daou e atual gestora da Maternidade Dr. Antenor Barbosa, e Gabriel Henrique Silva de Souza, funcionário da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon), foram presos nesta quinta-feira (16) durante a Operação Metástase, deflagrada pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM). A ação é um desdobramento da Operação Jogo Marcado, que investiga um amplo esquema de fraudes em licitações e desvio de recursos públicos na área da saúde do estado.
De acordo com o promotor Edinaldo Aquino Medeiros, titular da 77ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, o grupo atuava com o mesmo modus operandi já identificado na primeira fase das investigações: combinação prévia de valores entre empresários e servidores, simulação de concorrência e direcionamento de contratos superfaturados. Parte do dinheiro desviado vinha de verbas federais destinadas à manutenção de maternidades e unidades de pronto atendimento.
Além das três prisões preventivas, o MPAM determinou o afastamento de sete servidores públicos, entre eles Edmundo Ferreira Brito Netto, vice-presidente da Jucea (Junta Comercial do Estado do Amazonas). Ao todo, foram cumpridas 101 medidas judiciais, incluindo 27 mandados de busca e apreensão em Manaus e em Joinville (SC), além do bloqueio de bens e valores que somam R$ 1 milhão.
As investigações apontam que o esquema se estendia às maternidades Balbina Mestrinho e Nazira Daou, além da FCecon, e repetia o padrão já identificado na UPA José Rodrigues, foco da primeira fase da operação. “A partir da análise dos contratos, verificamos que o modelo criminoso se replicava em outras unidades de saúde. Daí o nome ‘Metástase’”, explicou Medeiros.
A operação foi conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), da Polícia Civil do Amazonas e do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
O promotor afirmou que a prioridade do MP é estancar o desvio de recursos públicos e responsabilizar os envolvidos, sejam eles servidores ou empresários. “Cada real desviado da saúde é um leito a menos, um medicamento que falta. A sociedade não pode continuar pagando essa conta”, declarou.
A Operação Metástase é considerada uma das mais amplas já realizadas pelo MPAM na área da saúde e segue sob segredo de justiça. Novas fases não estão descartadas.