PF encontra fuzil, jóias e carros de luxo durante operação que prendeu “Careca do INSS”; veja
Brasil – A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira (12) a Operação Cambota, nova fase da Operação Sem Desconto, que resultou na prisão do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e do empresário Maurício Camisotti. Eles são acusados de operar um esquema milionário de descontos ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. Além das prisões, a PF realizou buscas no escritório do advogado Nelson Willians, em São Paulo e Brasília, e apreendeu itens de alto valor, incluindo um fuzil, joias, carros de luxo e até uma escultura de Zeus.
Durante a operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a PF confiscou uma Ferrari F8, avaliada em mais de R$ 4 milhões, e uma réplica da McLaren MP4/8, carro pilotado por Ayrton Senna na temporada de 1993 da Fórmula 1. A lista de apreensões inclui ainda relógios de luxo, grandes quantias em dinheiro, baús e maletas da grife Louis Vuitton, um whisky Johnnie Walker Odyssey, quadros e esculturas, incluindo uma representação de Zeus, divindade suprema da mitologia grega. Um boné com a inscrição “Make America Great Again”, associado ao ex-presidente dos EUA Donald Trump, também foi encontrado durante as buscas em São Paulo.
Entre os itens mais graves, a PF localizou uma arma de fogo, especificamente um fuzil, em uma das residências alvos da operação em São Paulo. Até o momento, a Polícia Federal não divulgou a quem pertencem os bens apreendidos.
A Operação Cambota investiga um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões, que teria movimentado milhões de reais. Antunes, apontado como figura central, é acusado de obter dados de pensionistas para viabilizar os descontos ilegais, repassando cerca de R$ 9,3 milhões a servidores do INSS. Ele controlava uma rede de pelo menos 22 empresas, usadas para ocultar e movimentar os valores desviados.
A operação também apura tentativas de obstrução das investigações, incluindo ocultação de patrimônio e embaraço às apurações. Na quinta-feira (11), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Antunes e outros envolvidos, reforçando as ações da PF.
A prisão de Antunes e Camisotti, junto às apreensões de bens de alto valor, expõe a sofisticação do esquema que explorava aposentados e pensionistas, uma das parcelas mais vulneráveis da população. As buscas no escritório de Nelson Willians, já investigado pela CPMI, indicam que a rede de envolvidos pode ser ainda mais ampla.
A PF segue analisando os materiais apreendidos para identificar outros participantes do esquema e rastrear a origem dos bens. A operação reforça a determinação das autoridades em combater fraudes no sistema previdenciário, enquanto a CPMI do INSS continua suas investigações para esclarecer a extensão do caso.