Justiça manda internar adolescente de 14 anos que matou família no RJ após ele dizer que “faria tudo de novo”; veja vídeo
Brasil – A Justiça determinou a internação de um adolescente de 14 anos em Itaperuna, no noroeste do Rio de Janeiro, após ele confessar o assassinato dos pais, Antônio Carlos Teixeira e Ana Flávia de Oliveira Preitas Teixeira, e do irmão de 3 anos, a tiros, na madrugada do último sábado (21). Com uma frieza que chocou as autoridades, o jovem afirmou à polícia que “faria tudo de novo” e revelou ter pesquisado sobre o FGTS, possivelmente para acessar recursos financeiros da família. Para ocultar os corpos, ele os arrastou sozinho até uma cisterna na residência, utilizando produtos químicos para limpar vestígios de sangue.
O crime brutal
O triplo homicídio ocorreu enquanto as vítimas dormiam. O adolescente usou a arma do pai, guardada sob o colchão, para disparar contra a cabeça dos pais e do irmão. Segundo o delegado Carlos Augusto Guimarães, da 143ª DP, o jovem planejou o crime após os pais proibirem uma viagem ao Mato Grosso para encontrar uma garota com quem mantinha um relacionamento virtual, iniciado há seis anos no jogo Fortnite. Após os assassinatos, ele tentou encobrir o crime, acompanhando a avó à delegacia para relatar o “desaparecimento” da família, alegando que os pais teriam levado o irmão ao hospital devido a um engasgo com um caco de vidro.
A versão não convenceu a Polícia Civil, que encontrou vestígios de sangue na residência. Confrontado, o adolescente confessou o crime, detalhando como arrastou os corpos até a cisterna e usou produtos químicos para limpar o local. Os corpos, em avançado estado de decomposição, foram localizados na cisterna e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para exames que determinarão a quantidade de disparos e outros detalhes.
Motivação e frieza
O crime foi motivado pela desaprovação dos pais ao relacionamento virtual do adolescente com uma garota do Mato Grosso, conhecida desde os 8 anos por meio do Fortnite. No depoimento, o jovem justificou o assassinato do irmão como uma forma de “poupá-lo do sofrimento” pela perda dos pais, demonstrando uma frieza que chocou os investigadores. Ele também admitiu ter pesquisado sobre o FGTS, levantando suspeitas de que planejava acessar recursos financeiros da família após o crime. A identidade da suposta namorada ainda está sob investigação.
Desdobramentos legais
Apreendido em flagrante, o adolescente foi conduzido à 143ª DP e responderá por ato infracional análogo a triplo homicídio duplamente qualificado – pela impossibilidade de defesa das vítimas e pela motivação fútil – e ocultação de cadáver. A Justiça determinou sua internação em uma unidade socioeducativa, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A Polícia Civil aguarda os laudos do IML para esclarecer as circunstâncias exatas das mortes, enquanto a investigação prossegue para apurar possíveis conexões com a namorada virtual.
O caso abalou a cidade de Itaperuna e gerou debates nacionais sobre os riscos de relacionamentos virtuais, o acesso de adolescentes a armas de fogo e a importância do acompanhamento psicológico na juventude. Especialistas reforçam a necessidade de diálogo familiar e monitoramento de interações online, especialmente em plataformas de jogos que conectam jovens a desconhecidos. A tragédia levanta questionamentos sobre como prevenir crimes tão extremos, enquanto a sociedade acompanha o desfecho desse caso que chocou o Brasil.