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Investigação da morte de Benício chega aos donos do Hospital Santa Júlia; veja vídeo

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Investigação da morte de Benício chega aos donos do Hospital Santa Júlia; veja vídeo

Amazonas – Os proprietários do Hospital Santa Júlia prestaram depoimento à Polícia Civil do Amazonas nesta quarta-feira (17) no âmbito da investigação que apura a morte do menino Benício Xavier Freitas, de 6 anos, após atendimento médico na unidade, em Manaus. As oitivas ocorreram no 24º Distrito Integrado de Polícia (DIP) e fazem parte do inquérito que investiga possíveis falhas no atendimento e na gestão hospitalar.

Durante o depoimento, os representantes da instituição foram questionados sobre os protocolos internos adotados no pronto-socorro, especialmente em relação à prescrição, checagem e administração de medicamentos de alto risco. A polícia busca esclarecer como uma dose elevada de adrenalina foi liberada e aplicada por via intravenosa em uma criança que apresentava sintomas compatíveis com laringite.

O caso ganhou grande repercussão após a confirmação de que Benício recebeu três doses de adrenalina pura na veia, totalizando 9 miligramas, procedimento indicado apenas em situações extremas, como paradas cardiorrespiratórias. A aplicação ocorreu mesmo sem dupla checagem da prescrição e sem validação farmacêutica, falhas já apontadas pela investigação policial.

Imagens inéditas e depoimentos colhidos ao longo do inquérito mostram que Benício chegou andando ao hospital, com tosse seca e febre. Um mês antes, havia sido atendido na mesma unidade e tratado com adrenalina por inalação, protocolo considerado adequado para o quadro clínico. Desta vez, no entanto, a conduta adotada foi diferente e resultou em rápida piora do estado de saúde da criança.

Segundo a Polícia Civil, a médica responsável pelo atendimento admitiu o erro na prescrição em mensagens trocadas com um colega e em relatório interno. Ainda assim, Benício só foi transferido para a UTI horas depois, sofreu seis paradas cardíacas e morreu na madrugada do dia 23 de novembro.

A investigação também aponta possíveis irregularidades administrativas por parte do Hospital Santa Júlia. De acordo com o delegado Marcelo Martins, a instituição cadastrou a médica Juliana Brasil como pediatra em plataforma do Ministério da Saúde, apesar de ela não possuir especialização reconhecida na área. O cadastro é de responsabilidade do estabelecimento de saúde, e a pessoa que realizou a declaração pode responder por falsidade ideológica.

Além disso, foi constatado que a médica utilizava carimbo e assinatura com referência à pediatria, prática vedada pelas normas do Conselho Federal de Medicina para profissionais sem título de especialista. A apuração avalia se houve falha de fiscalização por parte do hospital quanto à identificação profissional utilizada dentro da unidade.

Os proprietários do Hospital Santa Júlia afirmaram, em depoimento, que a instituição possui normas internas para evitar erros médicos. No entanto, a Polícia Civil tenta esclarecer por que esses mecanismos não impediram a sucessão de falhas que culminou na morte da criança.

O inquérito segue em andamento, com análise de prontuários, registros eletrônicos e novos depoimentos. Ao final, o material será encaminhado ao Ministério Público, que irá avaliar a responsabilização criminal dos envolvidos, tanto em âmbito individual quanto institucional.

Confira a reportagem completa:



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