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Homem que matou cobradora de ônibus em Manaus é condenado a mais de 21 anos de prisão; veja

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Homem que matou cobradora de ônibus em Manaus é condenado a mais de 21 anos de prisão; veja

Manaus – Cledson Melo de Albuquerque foi condenado a 21 anos e 11 meses de prisão pelo assassinato de sua companheira, uma cobradora de ônibus, em um crime que chocou os moradores do bairro Cidade de Deus, na zona Norte de Manaus. O julgamento, realizado na última quarta-feira (26/03), pela 3.ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus, concluiu que o réu cometeu feminicídio, caracterizado por homicídio qualificado no contexto de violência doméstica. A sentença foi proferida pela juíza Maria da Graça Giulietta Cardoso, que presidiu a sessão do júri popular.

O crime aconteceu na madrugada de 3 de março de 2024, por volta das 5h, no apartamento onde o casal vivia, localizado na Rua das Jaçanãs. Segundo o inquérito policial, a vítima foi encontrada morta com evidentes sinais de asfixia, além de escoriações no rosto e nos lábios. Vizinhos relataram ter ouvido uma discussão acalorada entre o casal nas primeiras horas daquele dia, marcada por xingamentos e ofensas. Um estrondo, possivelmente de alguém caindo ao chão, também foi registrado. Imagens de câmeras de segurança reforçaram as suspeitas ao mostrar Cledson saindo do apartamento às 06h45, carregando uma mochila.

A denúncia, apresentada pelo Ministério Público em 6 de abril de 2024, foi acolhida pela Justiça, e a decisão de pronúncia, que determinou o julgamento em plenário, saiu em 12 de dezembro do mesmo ano. Durante o processo, Cledson permaneceu preso e, no julgamento, negou a autoria do crime. No entanto, as provas apresentadas convenceram os jurados de sua culpa.

O julgamento

No plenário, o promotor de justiça José Augusto Palheta Taveira Júnior defendeu a condenação por feminicídio, destacando que o assassinato foi motivado por violência doméstica contra a companheira do réu. Já a defesa, conduzida pelo advogado Alison Joffer Tavares Canto Amorim, nomeado como dativo, pediu a absolvição, alegando falta de provas suficientes e negativa de autoria. Como alternativa, tentou desclassificar o crime, argumentando ausência de intenção de matar.

Os jurados, porém, acolheram a tese do Ministério Público, considerando Cledson culpado por homicídio qualificado, com as agravantes de asfixia e feminicídio. A pena de 21 anos e 11 meses foi fixada pela juíza, que manteve o réu preso para o cumprimento imediato da sentença, seguindo precedentes do Supremo Tribunal Federal (Tema 1068) e do Superior Tribunal de Justiça.

Repercussão e próximos passos

O caso reacende o debate sobre a violência contra a mulher no Brasil, especialmente em contextos de relações domésticas. A condenação de Cledson Melo de Albuquerque é vista como um marco na luta contra o feminicídio na região, mas ainda cabe recurso da decisão. Familiares da vítima, que preferiram não se pronunciar, acompanharam o julgamento em silêncio, enquanto a sociedade local espera que a justiça continue a prevalecer.
A sentença, embora definitiva no âmbito do júri, pode ser objeto de apelação pela defesa, o que pode levar o caso a instâncias superiores. Por ora, Cledson segue detido, cumprindo a pena imposta por um crime que tirou a vida de uma trabalhadora e deixou marcas na comunidade de Manaus.



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