Exclusivo: denúncia de sequestro leva ROCAM a descobrir máfia do garimpo no Parque 10 e caso vai parar na PF; veja vídeo
Manaus – O que começou como uma denúncia anônima de um suposto sequestro no bairro Parque 10 de Novembro, na zona Centro-Sul de Manaus, terminou com a descoberta de uma operação criminosa envolvendo o comércio ilegal de mercúrio, substância utilizada no garimpo de ouro. A ação, conduzida pela equipe da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (ROCAM), aconteceu na tarde desta sexta-feira (4), por volta das 16h10, na rua Michel Fokine.
A denúncia recebida via linha direta apontava que um sequestro estaria em andamento e que os suspeitos estariam em três veículos estacionados ao lado de um estabelecimento comercial. Ao chegar ao local, os policiais da ROCAM identificaram os automóveis descritos: uma Mitsubishi L200 Triton cinza (placa PHR1229), uma Chevrolet Montana vermelha (placa TAE9A17) e um Honda HR-V preto (placa PHI0J92). Funcionários da loja informaram que os proprietários dos veículos estavam no interior do estabelecimento.
A equipe adentrou o estabelecimento e abordou seis indivíduos. Durante a revista pessoal e nos veículos, os policiais encontraram dois cilindros de azougue (mercúrio), um produto químico altamente tóxico e controlado, frequentemente usado de forma ilegal no processamento de ouro em garimpos. Nenhum outro ilícito foi identificado, e a suspeita de sequestro não se confirmou, mas a descoberta do material revelou uma operação de tráfico de substâncias químicas.
Os seis envolvidos, todos nacionais e sem antecedentes criminais, foram conduzidos à Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas (SR/PF/AM) para os procedimentos legais. Além dos cilindros de mercúrio, foram apreendidos seis aparelhos celulares, incluindo modelos como iPhone 13, iPhone 11, iPhone 14 Pro Max e um Samsung A05, além dos três veículos utilizados pelos suspeitos.
A operação da ROCAM expôs uma faceta do crime ambiental que tem preocupado autoridades em todo o Brasil: o uso de mercúrio no garimpo ilegal, prática que contamina rios, solos e comunidades, além de ser proibida por lei. A investigação agora ficará a cargo da Polícia Federal, que deve apurar a origem do material e a extensão da rede criminosa.
Fotos: Reinado Maquiné/ CM7 Brasil
