“Ele estava muito feliz”: veja os últimos momentos do borracheiro que foi assassinado enquanto ouvia música Gospel em Manaus
Manaus – “Ele estava muito feliz”. É assim que a família descreve Sidney da Silva Pereira, de 31 anos, nas horas que antecederam sua morte trágica na manhã de Natal. Vídeos e fotos que circulam nas redes sociais mostram o borracheiro curtindo os últimos momentos da véspera de Natal ao lado de parentes: soltando fogos de artifício na rua, rindo e celebrando a data com alegria típica das famílias manauaras.
As imagens, agora carregadas de emoção, contrastam brutalmente com o desfecho violento que viria poucas horas depois, quando Sidney foi esfaqueado por causa de um louvor gospel tocando alto em sua borracharia.
Em entrevista ao Portal CM7 Brasil, a mãe da vítima, Dona Rosilda Maria da Silva – chamada carinhosamente de “Dona Rose” pelo filho –, lembrou com a voz embargada os instantes de felicidade vividos na noite do dia 24. “Meu filho não merecia isso não. Eu quero justiça! […] Meu filho não tinha inimigo, não tinha!”, repetiu ela, enfatizando que Sidney era uma pessoa querida e sem brigas.
Dona Rose contou que a celebração começou cedo, com fé e música: “A gente, de manhã cedo… meu filho amanheceu o dia do dia 24, aí disse assim… com essa caixinha aqui, ó. Aí disse assim: ‘Mãe…’ — Dona Rose, que ele chamava mais assim para mim, o apelido carinhoso dele — ‘Dona Rose, eu vou botar um louvor aqui bem grande, bem alto, que é para a gente começar o nosso dia 24 com bênção’.”
Sidney ligou a caixa de som no volume alto e a família seguiu as comemorações. Minutos depois, veio a primeira discussão com o vizinho Diogo Marcel Dill, conhecido como “Gaúchinho” e ligado à Churrascaria O Costelão. O suspeito invadiu o espaço exigindo que a música fosse desligada, mas Sidney defendeu seu direito: “Aí meu filho disse que não ia desligar porque a casa era dele e ele estava colocando dentro da casa dele. […] ‘Meu filho, você não vai fazer isso porque só em você estar dentro da minha casa, você já está errado. Nunca fui no seu restaurante exigir nada da sua vida’.”
A tensão não escalou naquele momento, e a família continuou festejando. Na virada para o dia 25, Sidney, que havia bebido com o irmão mais velho, envolveu-se em uma brincadeira que virou luta corporal entre os irmãos. Dona Rose interveio e apaziguou a situação. Logo depois, o vizinho chamou Sidney para conversar: “Aí o vizinho da frente pegou e chamou ele. O Sidney. Chamou: ‘Ei, vem aqui!’. Aí ele atravessou — e ele estava muito bêbado — ele atravessou para lá e ficou lá conversando com o vizinho.”
Foi aí que o ataque aconteceu: “Só sei que quando eu dei por mim, meu filho já estava assim e ele esfaqueando ele. […] Quando eu corri, que eu fui atravessar, que eu olhei, meu filho já vinha cambaleando na rua e se escorando no poste.”
Sidney foi levado às pressas para o Hospital Platão Araújo, mas não resistiu aos ferimentos por arma branca e faleceu no final da tarde. Os vídeos dos momentos felizes na véspera – com fogos, risadas e família reunida – agora viralizam nas redes, comovendo milhares e destacando a crueldade de uma morte por motivo tão banal.
Diogo Marcel Dill segue foragido, e a Polícia Civil investiga o caso como homicídio. Qualquer informação sobre o suspeito pode ser denunciada anonimamente pelo 181.
A família, destruída pela perda repentina de um pai de família dedicado e devoto, clama por justiça. “Ele estava muito feliz”, lembra Dona Rose, em meio às lágrimas por um Natal que virou luto.
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