“Ela queria ser a única mãe”: madrasta paga R$ 20 mil para bandidos matarem mãe biológica que passeava com o filho; veja vídeo
Brasil – Um crime com traços de obsessão e crueldade abalou o Rio de Janeiro. A jovem Laís de Oliveira Gomes Pereira, de 25 anos, foi assassinada com um tiro na nuca enquanto empurrava o carrinho do filho de 1 ano e 8 meses, em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio. Segundo a Polícia Civil, o assassinato foi encomendado pela madrasta da filha mais velha de Laís, movida por uma fixação doentia e desejo de apagar a presença da mãe biológica.
As investigações apontam que Gabrielle Cristine Pinheiro Rosário, esposa do ex-companheiro de Laís, pagou R$ 20 mil para que dois homens executassem a vítima. Os suspeitos — Erick Santos Maria e Davi de Souza Malto — confessaram o homicídio e detalharam como monitoraram a rotina de Laís antes do ataque. Erick dirigia a moto usada no crime, enquanto Davi atirou à queima-roupa.
Imagens de câmeras de segurança mostram a dupla circulando pela rua momentos antes da execução, ocorrida no dia 4 de novembro, quando Laís voltava para casa após deixar a filha mais velha na escola. O bebê, que estava no carrinho, não ficou ferido.
Obsessão doentia por ser chamada de “mãe”
Depoimentos de familiares e amigos revelam que Gabrielle desenvolveu uma fixação pela enteada, Alice, filha de Laís com o ex-companheiro Lucas Soares Ramos. De acordo com os relatos, a madrasta exigia que a criança a chamasse de “mamãe Gabi” e demonstrava comportamento possessivo, tentando afastar a menina da mãe biológica.
Segundo o delegado responsável pelo caso, o crime nasceu de uma mistura de inveja, controle e obsessão, no qual Gabrielle não aceitava a existência de Laís. Ela queria ser a única mãe de Alice, e a presença da verdadeira mãe se tornou um obstáculo que ela decidiu eliminar.
A mãe de Lucas, Andressa, contou que a neta passou a se referir a Gabrielle como “mamãe Gabi” e que a própria Laís havia relatado incômodo com as exigências da madrasta. Já o ex-namorado de Laís, Eimar Felipe, afirmou que Gabrielle era “extremamente controladora e competitiva”, tentando sempre provar que podia oferecer mais à menina do que a própria mãe.
Ameaças e disputas pela guarda
Amigos e familiares relataram ainda que Gabrielle ameaçava Laís com frequência, especialmente após discussões sobre a guarda de Alice. Mensagens agressivas foram recuperadas pela polícia e consideradas provas importantes da intenção de eliminar a vítima.
Um dos episódios mais graves ocorreu quando Gabrielle tentou retirar a criança da escola sem autorização dos pais. A confusão foi tamanha que a escola a proibiu de buscar Alice novamente.
Além disso, uma testemunha próxima de Gabrielle contou que a suspeita chegou a usar o celular de uma amiga para enviar mensagens ameaçadoras a Laís, tentando despistar a origem das ofensas.
A execução planejada
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) concluiu que Gabrielle planejou o crime e contratou os executores, prometendo pagamento de R$ 20 mil.
Erick e Davi confessaram o assassinato após a prisão — o primeiro se entregou à polícia no dia 7 de novembro e o segundo foi capturado três dias depois, em Duque de Caxias, após a mãe de um deles reconhecer a participação do próprio filho no crime. Veja vídeo:
Gabrielle, a mandante da execução, segue foragida e teve prisão temporária decretada. A polícia agora busca identificar possíveis intermediários na contratação dos assassinos.
As investigações revelaram ainda que Gabrielle chegou a confessar o crime em mensagens enviadas a conhecidos, após a repercussão da morte de Laís. Nos textos, ela demonstrava frieza e ausência de arrependimento: “Não adianta, eu não vou me entregar. Eu fiz sabendo, paguei pelo sumiço dela. Meu marido tinha um filho com ela e ela não quis abrir mão do filho”, escreveu. Em outro momento, reforçou: “Eu não vou me entregar. Simples.” A madrasta segue foragida.
Antes do assassinato, Gabrielle já havia enviado mensagens ameaçadoras diretamente à vítima, deixando claro que vinha planejando algo grave: “Acredito que não preciso ir até você, só estou deixando bem claro. A próxima, não te mando mensagem. Sei muito bem por onde anda.” Segundo a Polícia Civil, esses registros reforçam o caráter premeditado do crime e a intenção de eliminar Laís por completo da vida da filha.
Dor e indignação
O velório de Laís foi realizado no Cemitério Jardim da Saudade, em Paciência, sob forte comoção. Familiares pedem justiça e esperam que a principal responsável pelo crime seja capturada o quanto antes.
Laís foi morta no auge da juventude, empurrando o carrinho do filho, em uma cena que chocou o país. Um crime que, segundo os investigadores, nasceu do ódio e da obsessão de uma mulher que “queria ser a única mãe” — e decidiu pagar com sangue por isso.







