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Caso Sara Freitas: motorista Gideão é condenado a 20 anos de prisão

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Caso Sara Freitas: motorista Gideão é condenado a 20 anos de prisão

Brasil – Gideão Duarte de Lima, motorista de aplicativo acusado de participar do assassinato da pastora e cantora gospel Sara Freitas, foi condenado nesta terça-feira (15) a 20 anos, 4 meses e 20 dias de prisão em regime fechado. O julgamento ocorreu no fórum Desembargador Gerson Pereira dos Santos, em Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador, e foi marcado por intensa comoção, depoimentos impactantes e quase mil páginas de inquérito policial.

Gideão foi considerado culpado por ter levado Sara ao local onde foi morta. Segundo o Ministério Público da Bahia (MPBA), ele teve papel essencial na execução do plano criminoso. “Ele tinha a opção de avisar a Sara, de passar direto. Mas, não. Gideão não falha, ele cumpre a missão: levar Sara para a morte”, afirmou o promotor Robert Moura Carneiro em sua sustentação.

Apesar da condenação, a defesa do motorista, representada por Ivan Jezler, alegou que Gideão agiu sob coação de Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como Bispo Zadoque, e que desconhecia o plano. “Não conseguimos a absolvição, mas conseguimos afastar as qualificadoras de feminicídio e motivo torpe, o que reduziu significativamente a pena. Ele foi condenado por apenas um voto e a defesa irá recorrer”, afirmou Jezler.

O julgamento

O júri popular teve início por volta das 9h e se estendeu até quase 22h. Sete testemunhas foram ouvidas: quatro de acusação e três de defesa. Entre os depoimentos mais fortes, o do cantor Davi de Oliveira revelou que o bispo Zadoque confessou o crime e que ele mesmo foi ameaçado por saber demais. Já Soraia Freitas, irmã da vítima, contou que Sara queria se divorciar, mas era constantemente ameaçada de morte por Ederlan Mariano, o marido da pastora e apontado como o mandante do crime.

A defesa apresentou três testemunhas, todas amigas e membros da igreja de Gideão, que reafirmaram sua boa índole e disseram acreditar na sua inocência.

Estudantes acompanharam o caso

O caso mobilizou também estudantes de Direito da região. Ueslei Moreira de Santana, do 7º semestre, acompanhou cada etapa do julgamento. “É um aprendizado ímpar. Vimos na prática como funciona o tribunal do júri. Um caso triste, mas muito relevante para nossa formação”, disse.

Ivan Luiz Júnior, também do 7º semestre, analisou as estratégias de argumentação. “Tanto a defesa quanto o Ministério Público usaram técnicas de persuasão importantes. Mas a acusação conseguiu desconstruir a narrativa do réu”, comentou.

Relembre o crime

Sara Freitas foi morta em outubro de 2023. A pastora foi levada para uma emboscada, esfaqueada e morta, e dois dias depois teve seu corpo carbonizado em um matagal em Dias D’Ávila. De acordo com as investigações, o crime foi arquitetado por Ederlan Mariano com apoio de Weslen Pablo Correia (Bispo Zadoque), Victor Gabriel Oliveira Neves e Gideão Duarte.

Os outros três acusados seguem presos na penitenciária Lemos Brito, na Mata Escura, aguardando julgamento ou decisão de recurso.





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