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Caso Mohammad Ali: acusados de matar jovem em boate de Manaus vão a júri popular

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Manaus – A Justiça do Amazonas aceitou nesta quarta-feira (10) a denúncia do Ministério Público contra Robson Silva Nava Júnior e Bruno da Silva Gomes, acusados de assassinar o jovem palestino Mohammad Manasrah e de tentar matar seu irmão, Ismail Manasrah, em março deste ano. O crime ocorreu após uma discussão em uma boate localizada na zona centro-sul de Manaus.

A decisão é do juiz Fábio César de Souza, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus. Segundo o magistrado, os elementos reunidos até o momento “são suficientes para considerar a possibilidade de serem Bruno e Robson os verdadeiros autores do delito”.

“O acervo probatório converge de maneira suficiente para os acusados, justificando a submissão de ambos ao julgamento pelo Tribunal do Júri”, afirma um trecho da decisão.

O juiz também manteve a prisão preventiva de Bruno da Silva Gomes, detido desde 13 de fevereiro. Para Fábio César de Souza, a liberdade do acusado pode representar ameaça à integridade de Ismail e de uma testemunha-chave, além de causar sensação de impunidade e risco à segurança de terceiros.

Já Robson Nava Júnior segue foragido desde fevereiro. Apesar de estar em local incerto, ele constituiu uma advogada para representá-lo no processo. Robson é alvo de dois mandados de prisão — um temporário e outro preventivo — e figura na lista de procurados da Polícia Civil do Amazonas.

Crime brutal

De acordo com a denúncia do Ministério Público, o crime ocorreu por volta das 2h da madrugada do dia 5 de março, em frente à casa noturna Rox Club e Lounge, na Rua Rio Içá, bairro Nossa Senhora das Graças. Pouco antes, dentro da boate, Bruno e Robson teriam se envolvido em uma discussão com os irmãos Manasrah, iniciada quando Bruno impediu que Ismail se aproximasse de Mohammad para pagar a conta da mesa.

Na saída do local, o grupo foi abordado pela dupla. Segundo a denúncia, Robson iniciou uma conversa “pacífica” com os irmãos, aparentemente com a intenção de distraí-los, enquanto Bruno, escondido entre carros estacionados, surpreendeu as vítimas com um ataque violento usando um gargalo de garrafa.

Mohammad foi atingido no pescoço e morreu no local. Ismail sofreu cortes profundos no rosto e nas costas ao tentar proteger o irmão.

Qualificadoras aceitas

Ao aceitar a denúncia, o juiz acolheu as qualificadoras de motivo fútil, traição e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas, destacadas pelo Ministério Público. Para o magistrado, a motivação — uma discussão banal — foi “inadequada e desproporcional”, e os elementos do processo apontam que as vítimas foram surpreendidas, sem chance de reagir.

Com a decisão, os réus seguem para julgamento no Tribunal do Júri. O processo agora entra na fase de instrução, que inclui oitiva de testemunhas e produção de novas provas.

Enquanto isso, as autoridades seguem em busca de Robson, considerado peça-chave na execução do crime e acusado de ter agido com premeditação.





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