Caso Benício: médica é suspeita de tentar adulterar prontuário após morte da criança
Manaus – A Polícia Civil do Amazonas investiga a médica Juliana Brasil Santos por suspeita de tentar acessar e adulterar o prontuário do menino Benício Xavier, de 6 anos, que morreu após um erro na prescrição de adrenalina no dia 23 de novembro, no Hospital Santa Júlia, em Manaus. A informação foi confirmada pelo delegado Marcelo Martins, responsável pelo caso.
De acordo com ele, três funcionárias do hospital relataram que a profissional tentou modificar o documento eletrônico para ocultar a falha. “Essa é uma afirmação de algumas testemunhas. Nós temos três testemunhas que indicaram essa situação, e eu trouxe a público uma vez que todos os advogados estão tendo acesso aos depoimentos”, declarou o delegado.
A médica prestou depoimento e chegou a admitir o erro na prescrição, mas mudou a versão dias depois, durante uma acareação. Na nova fala, Juliana alegou que a confissão ocorreu “no calor do momento” e passou a atribuir o equívoco a uma suposta instabilidade no sistema eletrônico usado para registrar as prescrições no hospital.
A investigação também analisa possíveis falhas no procedimento de intubação, que podem ter contribuído para a morte da criança. O Ministério Público do Amazonas acompanha o caso e deve avaliar se houve negligência ou até dolo na conduta da equipe médica.
A defesa da médica nega que ela tenha tentado adulterar o prontuário e afirma que o problema decorreu de falhas técnicas na plataforma do Hospital Santa Júlia. Para o delegado, porém, os depoimentos reforçam a suspeita de manipulação. “As testemunhas foram claras em afirmar que houve uma tentativa de esconder o erro”, disse.


