Casal do crime: polícia prende Luiz e Marielle do CV, chefes do tráfico na Bahia
Brasil – O cerco ao crime organizado no Nordeste ganhou mais um capítulo decisivo nesta terça-feira (4). Durante a Operação Freedom, policiais civis e federais capturaram Luís Lázaro Santana Alves e Marielle Silva Santos, apontados como liderança máxima do Comando Vermelho (CV) na Bahia. O casal foi localizado em um condomínio de luxo no município de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, onde vivia escondido enquanto comandava o tráfico em Salvador.
Segundo as investigações, Luís Lázaro seria o principal articulador das ações do CV na capital baiana, enquanto Marielle operava como gestora financeira da facção, administrando movimentações milionárias ligadas ao tráfico e à lavagem de dinheiro. A dupla, que já estava na mira das autoridades, vinha expandindo o poder da organização criminosa e era suspeita de coordenar execuções e cobranças violentas em áreas dominadas pelo grupo.
A Operação Freedom mobilizou forças policiais na Bahia e no Ceará e resultou na prisão de mais de 30 investigados. Ao todo, 90 mandados foram expedidos, incluindo 46 ordens de busca e apreensão cumpridas em cinco bairros de Salvador, no sistema prisional baiano, nas cidades de Aratuípe e Ilhéus, além da Região Metropolitana de Fortaleza. A Justiça também determinou o bloqueio de 51 contas bancárias ligadas à quadrilha, em um golpe direto nas finanças do CV.
Em Salvador, a polícia pretende utilizar as informações obtidas com a operação para elucidar pelo menos 30 homicídios associados à disputa territorial comandada por Luís Lázaro. As autoridades afirmam que a facção vinha intensificando o tráfico e o uso de violência extrema para controlar comunidades, ampliando a crise de segurança pública no estado.
A prisão do casal é considerada estratégica para desarticular o núcleo armado e financeiro do Comando Vermelho no Nordeste. De acordo com investigadores, a dupla fazia parte de uma célula que atuava de forma autônoma, mantendo laços diretos com lideranças do Rio de Janeiro e operando uma rede de comunicação, proteção e lavagem de dinheiro que se espalhava pelo litoral baiano.
As investigações continuam, e novas prisões não estão descartadas. Para os agentes envolvidos, o recado é claro: o avanço das facções no Nordeste enfrentará resposta firme, com foco não apenas nos operadores do tráfico, mas também na estrutura financeira que sustenta o crime organizado na região.
