Alta cúpula do Governo envolvido em suposto esquema crimin0s0 nas eleições 2024; veja vídeo
Amazonas – Um esquema criminoso de grandes proporções envolvendo membros da alta cúpula do governo do Estado e autoridades estaduais veio à tona, caindo como uma bomba nas eleições municipais de 2024. O escândalo, que pode resultar em prisões, inclui o uso da máquina pública, operações policiais ilegais e a coação de eleitores. O foco principal das ações fraudulentas seria garantir a vitória de Brena Dianná, candidata à prefeitura de Parintins.
As imagens, reveladas de forma anônima, foram enviadas à coligação “Parintins em Primeiro Lugar”, do candidato Mateus Assayag (PSD). O vídeo, com mais de uma hora de duração, foi gravado durante uma reunião ocorrida no dia 3 de agosto, entre as seguintes autoridades:
– Armando do Vale – Presidente da Cosama;
– Marcos Apolo Muniz – Secretário de Cultura do Estado;
– Flávio Anthony – Secretário da Casa Civil do Governo do Estado;
– Fabrício Barbosa – Secretário de Administração do Estado;
– Tenente-coronel Francisco Magno Judss* – Comandante do 11º Batalhão da Polícia Militar em Parintins;
– Um oficial da Tropa de Choque, cujo nome não foi divulgado nas gravações.
As revelações contidas no vídeo detalham um plano coordenado para garantir a vitória de Brena Dianná. Entre os atos discutidos estavam o uso de operações policiais ilegais, intimidação de eleitores e o recrutamento de milicianos do Pará para interferir no pleito. Durante a reunião, o tenente-coronel Francisco Magno confirmou que escutas telefônicas ilegais estavam sendo realizadas desde junho, com a clonagem de telefones de pessoas ligadas ao prefeito Bi Garcia, rival político da candidata.
Além disso, as imagens mostram discussões sobre o uso de 28 homens da Tropa de Choque para realizar abordagens seletivas a eleitores de Assayag no dia da eleição. Uma ação já executada foi a abordagem coercitiva sofrida por Rita Maria, mãe da candidata a vice-prefeita Vanessa Gonçalves, que foi detida sem mandado e teve sua conta bancária acessada ilegalmente.
Acompanhe a coletiva de imprensa:
Recrutamento de Criminosos e Intimidação de Eleitores
Um dos aspectos mais graves do esquema inclui o recrutamento de criminosos, como traficantes e assaltantes, para simular prisões em Parintins, a fim de justificar a presença da Tropa de Choque no município. Esses criminosos seriam pagos para participar da farsa e criar um clima de instabilidade que favorecesse a candidatura de Brena Dianná.
Ainda, foram mencionados planos para trazer 20 policiais de Itaituba, no Pará, para atuar como milicianos, intimidando eleitores em colégios eleitorais na zona rural de Parintins. Esses policiais foram recrutados por um empresário com negócios no Governo do Estado.
Pressão sobre Empresários e Compra de Votos
O grupo também planejava usar auditores fiscais da Secretaria da Fazenda para pressionar empresários que não apoiassem Brena Dianná, realizando operações fiscais direcionadas. A ameaça de sanções fiscais foi colocada como uma estratégia para coagir fornecedores da prefeitura a aderirem à campanha governista.
Outra violação grave revelada no vídeo foi o desvio de cestas básicas destinadas a famílias atingidas pela estiagem, redirecionadas pela Cosama para a compra de votos. A utilização desses recursos públicos para fins eleitorais infringe diretamente as leis eleitorais, intensificando o escândalo.
Ações legais
Os advogados da coligação de Mateus Assayag encaminharam as provas à Polícia Federal, solicitando a prisão imediata dos envolvidos e pedindo o envio antecipado de Forças Federais a Parintins, com o intuito de garantir a segurança no dia da eleição. O desvio de cestas básicas e o uso ilegal de recursos públicos também foram denunciados, exigindo investigações aprofundadas.
O escândalo já gera repercussões significativas no cenário político do Amazonas. À medida que as investigações avançam, espera-se que novas revelações venham à tona, possivelmente levando à suspensão da candidatura de Brena Dianná e à responsabilização judicial de todos os envolvidos. O uso da máquina pública para manipular o pleito é uma afronta direta à democracia e não deve passar impune. A população de Parintins e do Amazonas aguarda, com grande expectativa, o desfecho desse que já é considerado um dos maiores escândalos políticos da história recente do estado.