Aliados do CV retiram uniformes de camuflagem de corpos para vitimizar traficantes e culpar a polícia no RJ; veja vídeo
Brasil – A megaoperação “Contenção”, deflagrada na terça-feira (28) nos Complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, já registra mais de 130 mortes – incluindo quatro policiais – e 113 prisões, tornando-se a ação mais letal da história do estado, segundo dados preliminares do governo e do Grupo de Estudos dos Novos Istitucionalismos (Geni/UFF). A ofensiva, que mobilizou cerca de 2.500 agentes contra o Comando Vermelho (CV), resultou na apreensão de dezenas de fuzis e visou desmantelar lideranças do tráfico em uma área extensa de favelas.
No entanto, em meio aos tiroteios intensos, barricadas incendiadas e até bombas lançadas por drones pelos criminosos, surgem denúncias graves do que são capazes as facções: aliados do CV alteraram o cenário do confronto durante a madrugada, alterando corpos de traficantes abatidos para forjar narrativas de execuções e torturas policiais.
Vídeos que circulam nas redes sociais expõem o que investigadores classificam como uma “guerra de desinformação” orquestrada pelo CV. Em um dos registros, de aproximadamente 40 segundos e filmado na madrugada de quarta-feira (29) na Praça São Lucas, uma das principais da Penha, um homem usa uma tesoura para cortar e remover o uniforme de camuflagem de um traficante morto durante confronto com a polícia. Ao lado dele, outros corpos são empilhados no chão de concreto, aguardando o mesmo processo de “descaracterização”.
Especialistas em segurança pública consultados por esta reportagem apontam que essa prática não é isolada. O objetivo de descaracterizar os corpos, removendo uniformes de camuflagem, coletes táticos, fuzis, botas e outros itens de guerra, é transformar traficantes armados — abatidos em confronto com a polícia — em “vítimas civis” ou “meninos da comunidade”. Essa manipulação tem propósitos claros:
- Gerar comoção pública e pressão na mídia: um cadáver com armamento pesado é visto como combatente; sem ele, torna-se “jovem executado” ou “morador inocente”, alimentando manchetes sensacionalistas, protestos e indignação nas redes sociais.
- Falsificar a narrativa de execução sumária: sem provas de que a vítima estava armada, a morte pode ser apresentada como assassinato policial, não como legítima defesa em troca de tiros.
- Obstruir investigações: ao alterar a cena do crime, destroem evidências balísticas e forenses que comprovariam o confronto, dificultando perícias e inquéritos.
- Paralisar operações policiais futuras: a repercussão negativa gera inquéritos, suspensões de agentes, críticas internacionais e pressão política para reduzir ações em favelas, dando fôlego às facções. Em resumo, é uma tática de guerra psicológica e midiática: desmilitarizar o morto para demonizar o Estado.
Corpos decapitados
Mas as acusações vão além da maquiagem pós-morte. Relatos de inteligência policial indicam que corpos de traficantes que entraram em confronto com a polícia estariam sendo decapitados e levados para a fileira de corpos para causar comoção intencional contra a polícia.
O objetivo de decapitar os corpos de traficantes mortos — prática executada pelos próprios aliados da facção — é plantar uma assinatura de tortura e barbaridade para culpar o Estado e amplificar o impacto da manipulação. Os motivos específicos são:
- Simular tortura policial: a decapitação pós-morte é apresentada como prova de “crueldade excessiva” ou “execução com requintes de sadismo” pelo BOPE ou batalhões, gerando repúdio imediato e acusações de violação de direitos humanos.
- Escalar a narrativa de “chacina”: um corpo sem cabeça choca mais do que um baleado. Viraliza em fotos e vídeos com legendas como “torturado até a morte”, mobilizando ativistas, imprensa internacional e organismos como ONU e Anistia.
- Justificar retaliações internas: muitas vezes, as vítimas são traidores ou rivais da própria facção. A decapitação serve como castigo interno, mas ao jogar a culpa na polícia, disfarçam a execução e unem a comunidade contra um inimigo comum.
- Forçar paralisia institucional: a imagem de cabeças separadas pressiona o Ministério Público, a Corregedoria e o Judiciário a abrir inquéritos urgentes, suspender operações e até afastar comandantes — enfraquecendo a resposta do Estado. Em resumo, é uma arma de desinformação extrema: usam o horror para fabricar um crime fictício de Estado, transformando punição interna em munição contra a polícia.



