BC retira US$ 2,355 bi e faz dólar subir mais de 1%, a R$ 3,536
SÃO PAULO – A atuação mais intensiva do Banco Central nesta terça-feira faz o dólar comercial operar em alta, após ter fechado abaixo dos R$ 3,50 no último pregão. A moeda americana era negociada, às 13h47, a R$ 3,534 na compra e a R$ 3,536 na venda, uma valorização de 1,17% ante o real – na máxima, chegou a R$ 3,563. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a alta era de 1,99%, aos 51.165 pontos.
Ao todo, a autoridade monetária ofertou neste pregão contratos financeiros que equivalem a uma retirada de US$ 2,355 bilhões do mercado de câmbio.
Na segunda-feira, a divisa recuou 2,83%, a R$ 3,495, impulsionada pelo cenário externo e expectativa do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Essa foi a menor cotação desde 20 de agosto do ano passado, mesmo com as intervenções do BC, que chegaram a pouco mais de US$ 1 bilhão.
Para conter essa trajetória e reduzir sua exposição ao dólar, o BC intensificou sua atuação e nesta manhã fez dois leilões de swap cambial reverso, que possuem efeito de compra da moeda no mercado futuro. Na primeira oferta, o lote todo de 40 mil contratos foi ofertado, em um total de US$ 2 bilhões. Uma nova operação de igual montante foi feita pouco antes das 11h, mas apenas o equivalente a US$ 355 milhões foi colocado no mercado.
Os leilões de swap reverso estão sendo ofertados desde março – o BC ficou três anos sem utilizar esse instrumento -, em geral em lotes de 20 mil contratos. Além dos leilões reversos, o BC deixou de rolar de forma integral os swaps tradicionais, que equivalem a uma venda de moeda. Nesta terça-feira, não foi feito nenhum leilão de rolagem para esse tipo de swap.
O cenário político, com os investidores acreditando no impeachment da presidente Dilma, impedem uma alta maior do dólar.
Assim como ontem, o dólar segue também o cenário externo. O “dollar index”, calculado pela Bloomberg, registra leve alta de 0,14%.
VALE E PETROBRAS FAZEM BOLSA SUBIR
As ações de empresas ligadas à produção de commodities operam em alta devido à recuperação do preço das matérias primas no exterior. No caso da Petrobras, as ações preferenciais (PNs, sem direito a voto) sobem 4,29%, cotadas a R$ 8,75, e as ordinárias avançam 5,18%, a R$ 10,96. No exterior, o petróleo tem alta de 3,41% no barril do tipo Brent, a US$ 44,29.
Os papeis da Vale também estão em terreno positivo. Os preferenciais tem alta de 4,68% e os ordinários registram valorização de 7,48%.
A Bolsa também segue o otimismo externo. Nos Estados Unidos, o Dow Jones tem alta de 0,91% e o S&P 500 tem alta de 0,70%. Entre os índices europeus, o DAX, de Frankfurt, sobe 0,81%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, tem alta de 0,77%. No caso do FTSE 100, de Londres, a valorização é de 0,68%.