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Na pandemia, tutor de animais deve redobrar cuidados com produtos de limpeza 

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Na pandemia, tutor de animais deve redobrar cuidados com produtos de limpeza 

Brasil – A limpeza da casa e a higienização de objetos, embalagens e superfícies passou a ser muito mais frequente e rigorosa por conta da pandemia da Covid-19. Nos lares em que há animais de estimação, a prudência com a higiene deve ser acompanhada de maior atenção para que os pets não sejam expostos, inadequadamente, a produtos capazes de desencadear problemas de saúde.

Isso porque algumas substâncias que fazem parte da composição de produtos de limpeza doméstica têm potencial para causar intoxicações, quadros alérgicos e outras complicações.

Embora não haja estatísticas sobre o assunto, neste período de quarentena e mais rigor na higienização dos ambientes, alguns centros de saúde animal já observam crescimento do número de atendimentos a casos de pets com problemas relacionados a estes produtos.

“Observamos aumento dos casos de gastroenterite nestes últimos dois meses e, alguns, com certeza, foram causados após contato com dose excessiva de amônia quaternária no ambiente”, afirma a médica-veterinária fundadora da rede Pet Care de hospitais médico-veterinários, Carla Alice Berl, referindo-se à substância presente em produtos de limpeza de uso doméstico.

Segundo ela, aumentaram muito, também, os problemas respiratórios em cães e gatos, o que não sabemos se está ligado aos produtos de limpeza, uma vez que há o fator climático, com baixa umidade do ar. “O fato é que, em alguns casos, verificamos que os tutores estavam utilizando muitos produtos à base de cloro”, completa.

Os quadros respiratórios, como asma, tosse, chiados (sibilos) ao respirar e alergias fazem parte dos atendimentos realizados na rede de centros de atendimento médico-veterinário Santa Inês. De acordo com o proprietário da empresa, Eduardo Nelson da Silva Pacheco, que integra a Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais (CTCPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), houve, ainda, aumento nos casos de dermatites nas patas (Pododermatites). 

De acordo com Pacheco, no geral, foram pacientes que nunca tiveram esse tipo de sintoma. “Com a pandemia, seus tutores começaram a utilizar produtos com mais frequência e, com os animais tendo mais contato com estas substâncias, houve aumento nessa casuística”, diz o veterinário que também menciona a incidência, embora mais rara, de ingestão de produtos.

Boa parte dos produtos de limpeza utilizados normalmente na limpeza doméstica é a base de substâncias que provocam reações em cães e gatos. Exemplos são hipoclorito de sódio, amônia quaternária, benzil amônia e benzil clorafenol. Além do tipo de produto, a forma de uso e a dosagem também podem fazer diferença.

Para a prevenção. Pacheco ressalta que é preciso utilizar as diluições indicadas pelo fabricante nos rótulos dos produtos ou as prontas (em spray). A médica-veterinária Rita de Cássia Carmona Castro, diretora científica da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária (SBDV), considera a água sanitária um excelente desinfetante se utilizada corretamente. Mesmo com o uso correto, alguns animais, em especial os de pequeno porte, podem apresentar problemas. Por isso, outros cuidados são necessários. “No ato da limpeza, é necessário manter os animais em outro ambiente”, diz Rita de Cássia.

Quanto à higienização de objetos e superfícies com álcool 70%, Rita e Pacheco consideram outra ótima opção, uma vez que ele evapora rapidamente e é eficiente contra o coronavírus. Mas, da mesma forma, é fundamental distanciar os animais no momento do uso, uma vez que vapor do álcool pode provocar irritação nos olhos e vias áreas dos pets.

Neste sentido, o armazenamento dos produtos também requer atenção. “Devem ser guardados em armários bem fechados”, orienta Pacheco, que frisa que o mesmo vale para sabão em pó, amaciantes e outros produtos destinados à lavagem de roupas.

Alguns sintomas que o pet pode apresentar em caso de reações a produtos de limpeza são: irritações dermatológicas, como vermelhidão, escamação, coceira; sinais gastrointestinais, como vômitos e diarreias; sinais respiratórios, como dificuldade e ruído (chiado) ao respirar; alteração comportamental, como lamber-se em excesso; salivação em excesso; alteração de pupila; apatia; distúrbios neurológicos (dependendo do grau de intoxicação), como tremores, desorientação e convulsões.

Rita de Cássia menciona que as reações mais comuns são as cutâneas, ou seja, as de pele. “Pode haver inflamação, com sinais como eritema [vermelhidão], descamação, formação de vesículas [bolhas]”, diz a médica-veterinária, que considera os quadros de irritação de vias aéreas em segundo na lista dos mais frequentes.

Caso o tutor identifique algum destes sinais, é importante não fornecer nenhum medicamento ou alimento ao pet. “A medida correta é levá-lo para atendimento médico-veterinário”, enfatiza Pacheco.

Fonte: CRMV-SP, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.



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