Zelensky: “Sobreviver ao inverno na Ucrânia vai ser um desafio”
Mundo – O presidente da Ucrânia reconheceu esta quarta-feira, no quartel-general da NATO em Bruxelas, que “vai ser um desafio” sobreviver ao próximo inverno no país invadido pela Rússia. Em dia de reunião de ministros da Defesa da Aliança Atlântica e no contexto de um voltar das atenções ao conflito israelo-palestiniano, Volodymyr Zelensky apelou a um reforço do apoio tendo em vista “necessidades concretas”.
“Vai ser um desafio perceber como é que vamos sobreviver este inverno”, admitiu o chefe de Estado ucraniano à chegada à sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a par do secretário-geral Jens Stoltenberg.Prevê-se que as forças russas voltem a recorrer ao bombardeamento sistemático de infraestruturas críticas no período do inverno.
Zelensky sustenta que se impõe “discutir as prioridades” com os países-membros da NATO.
“Há necessidades concretas e precisamos de responder a estas necessidades concretas em pontos concretos do nosso território”, vincou.
O presidente ucraniano deixou também um apelo no sentido do recurso a ativos russos congelados na sequência da invasão, em fevereiro de 2022: “Vocês têm esses ativos e nós podemos utilizá-los, podemos utilizar esse dinheiro para reconstruir a Ucrânia. Eles destroem, nós utilizamos esses ativos”.
Volodymyr Zelensky não quis confirmar se irá manter reuniões com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ou com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. “Hoje vai ser tudo muito rápido”, atalhou.
Por sua vez, o secretário-geral da NATO quis deixar a garantia de que o apoio militar à Ucrânia não está em causa.
Os ministros da Defesa da NATO iniciam esta quarta-feira uma reunião de dois dias para discutir o apoio à Ucrânia, mas também o reacender do conflito israelo-palestiniano. Terão uma nova sessão do Conselho NATO-Ucrânia com o homólogo ucraniano, Rustem Umerov.
Na terça-feira, a embaixadora norte-americana na NATO, Julianne Smith, fez saber que a reunião do Grupo de Contacto teria como pontos centrais a defesa aérea e as munições, assim como “uma série de outros sistemas que são atualmente necessários” em território ucraniano.
A diplomata tratou ainda de enfatizar que o apoio prometido pela Administração Biden ao Governo israelita não terá impacto na assistência o esforço e guerra ucraniano.
Créditos: AFP