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Vídeo com milhões de dólares pode comprometer sócio dos Kirchner

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BUENOS AIRES – Nos últimos dias, a divulgação de sucessivos vídeos nos quais sócios da ex-presidente argentina Cristina Kirchner aparecem contando uma quantia estimada em US$ 3,5 milhões escandalizou os argentinos e impulsionou a organização de novas marchas contra a corrupção. A cena ocorreu na sala de uma agência financeira ilegal num prédio do bairro de Porto Madero, no qual a ex-chefe de Estado possuiu pelo menos dois apartamentos. Na noite de ontem, o juiz Sebastían Casanello convocou Báez para prestar depoimento.

As imagens já estão em poder da Justiça e poderiam acelerar um delicado processo contra o empresário Lázaro Báez, amigo pessoal da ex-família presidencial, acusado, entre outros crimes, de lavagem de dinheiro, já que seu filho, Martin, aparece contando milhões de dólares em momentos em que na Argentina vigoravam rigorosas medidas de controle cambial.

A reportagem provocou uma contundente declaração do presidente Mauricio Macri, que prometeu “tolerância zero” com a corrupção:

— Me produz raiva, cansaço e impotência.

Segundo informações publicadas recentemente pela imprensa local, Cristina enfrenta, atualmente, mais de 50 denúncias que estão sendo investigadas pelos tribunais de Buenos Aires. A ex-presidente não está diretamente acusada no caso envolvendo Báez e outros colaboradores, em mãos do juiz Sebastián Casanello, mas, segundo jornalistas e analistas, “qualquer coisa que aconteça com o empresário prejudicará a ex-presidente, porque ambos são sócios”.

Antes de 2003, ano em que Néstor Kirchner assumiu o poder, Báez, dono da empreiteira Austral Construções, entre outras companhias, era um simples funcionário do estatal Banco de Santa Cruz (da província governada por Kirchner antes de tornar-se presidente). Sua empresa, criada poucos dias antes da posse de Kirchner, foi favorecida com concessões de obras públicas em todo o país.

— A sociedade entre Báez e os Kirchner está provada com documentos e existe até hoje — disse ao GLOBO a jornalista Mariel Fitzpatrick, que integra a equipe que obteve os vídeos da agência financeira, conhecida como La Rosadita.

Família teme caso hotesur

No processo que mais dores de cabeça tem dado à ex-chefe de Estado, Cristina é acusada de prevaricação — o descumprimento, por má-fé ou interesse pessoal, de seus deveres de funcionária pública. Ela e seu filho, o deputado Máximo Kirchner, também temem que a Justiça dê impulso às investigações do chamado caso Hotesur, no qual uma sociedade que pertence à ex-família presidencial foi alvo de denúncias de lavagem de dinheiro. Báez também foi denunciado.

— Os vídeos de La Rosadita só tornam mais complexa a situação judicial da ex-presidente — enfatizou o analista político Sergio Berenztein.



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