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Trump exige combate ao antissemitismo, meritocracia e professores conservadores em Harvard

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Governo Trump suspende bolsas de pesquisa em Harvard até que universidade combata antissemitismo, restabeleça meritocracia e contrate professores conservadores

Mundo – O governo de Donald Trump intensificou sua ofensiva contra a Universidade de Harvard, uma das instituições acadêmicas mais prestigiadas do mundo, ao suspender recursos federais para futuras bolsas de pesquisa e outras verbas. A medida, anunciada na segunda-feira (5) pelo Departamento de Educação dos Estados Unidos, marca um novo capítulo na crescente tensão entre a administração Trump e o establishment acadêmico, com implicações que vão além do campus de Cambridge.

As Exigências do Governo Trump

Em carta enviada à direção de Harvard, a secretária de Educação, Linda McMahon, detalhou as condições para a retomada dos recursos. Segundo a Reuters, o governo exige que a universidade:

Combata o antissemitismo de forma mais rigorosa, respondendo às acusações de negligência em casos de discriminação no campus.

Elimine políticas de admissão baseadas em critérios raciais, alinhando-se à visão do governo de processos seletivos exclusivamente meritocráticos.

Reveja sua política de contratação docente, sob a alegação de que Harvard prioriza perfis progressistas em detrimento de professores conservadores, comprometendo a “excelência acadêmica”.

A carta de McMahon foi categórica: “Harvard não deve mais buscar bolsas do governo federal, já que nenhuma será concedida até que as exigências sejam atendidas”. A medida bloqueia US$ 2,2 bilhões em bolsas plurianuais e US$ 60 milhões em contratos, uma perda significativa para a universidade, que depende de fundos federais para financiar pesquisas de ponta em diversas áreas.

A Resposta de Harvard e o Contexto Político

Harvard, até o momento, não emitiu um comunicado oficial sobre a suspensão, mas sua postura recente sugere resistência. No dia 14 de abril, a universidade rejeitou uma lista inicial de exigências do governo, que incluía reformas na gestão, auditorias ideológicas de docentes e alunos e a adoção de políticas de admissão baseadas unicamente no mérito. Em resposta, Harvard ingressou com uma ação judicial para contestar o bloqueio de recursos, argumentando que a medida é arbitrária e motivada por interesses políticos.

A escalada do conflito reflete a agenda de Trump de confrontar instituições acadêmicas percebidas como bastiões do progressismo. Desde sua posse, o presidente tem acusado universidades de elite, como Harvard, de promoverem ideologias “woke” e de negligenciarem a diversidade de pensamento. A suspensão de recursos é acompanhada de ameaças adicionais, como a possível revogação da isenção fiscal da universidade e a restrição à admissão de estudantes estrangeiros, que representam uma parcela significativa do corpo discente.

Antissemitismo e a Polêmica do DEI

Um ponto central da disputa é a acusação de antissemitismo. Trump e seus aliados apontam para incidentes no campus desde os ataques do Hamas em Israel, em 7 de outubro de 2023, como evidência de falhas institucionais. Na semana passada, Harvard anunciou a reformulação de seu Departamento de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), renomeado para “Comunidade e Vida no Campus”. A universidade também emitiu um pedido de desculpas por não ter combatido de forma eficaz ações antissemitas e islamofóbicas, numa tentativa de aplacar as críticas.

No entanto, a mudança foi vista por alguns como uma concessão insuficiente e por outros como um sinal de capitulação a pressões externas. O debate sobre o DEI encapsula uma tensão maior: de um lado, defensores da diversidade argumentam que tais programas são essenciais para promover inclusão; de outro, críticos, incluindo o governo Trump, os veem como instrumentos de doutrinação ideológica.





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