Trump descreve ataque contra militares perto da Casa Branca como “ato de terror” e diz que suspeito será punido
Mundo – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou como “ato de terror” o ataque a tiros que atingiu dois militares da Guarda Nacional nas imediações da Casa Branca, na quarta-feira (26). O caso passou a ser investigado pelo Departamento de Justiça como terrorismo. Os soldados baleados permanecem em estado grave.
O suspeito foi identificado como Rahmanullah Lakanwal, de 29 anos, apontado por autoridades como imigrante afegão em situação irregular no país. Segundo informações confirmadas pelo próprio Trump, ele entrou nos Estados Unidos em 2021 por meio de um visto especial concedido a afegãos que colaboraram com o governo americano durante a guerra e que, após a retirada das tropas, passaram a ser considerados vulneráveis a represálias do Talibã.
Em coletiva, Trump afirmou que o atirador “pagará um preço muito alto” e o chamou de “animal” em uma rede social. Após o episódio, o secretário de Guerra, Pete Hegseth, anunciou o envio de mais 500 soldados para reforçar a segurança em Washington.
A prefeita da capital, Muriel Bowser, declarou que o ataque foi um “tiroteio direcionado” e que tudo indica que os integrantes da Guarda Nacional eram o alvo principal. De acordo com autoridades, houve troca de tiros antes da prisão de Lakanwal, que também ficou ferido. Seu estado de saúde não foi divulgado.
No momento do ataque, Trump e o vice-presidente J.D. Vance não estavam na Casa Branca. Ambos haviam deixado a cidade em razão do feriado de Ação de Graças, celebrado nesta quinta-feira, 27 de novembro.
Tiroteio causou alerta máximo e bloqueios
O ataque ocorreu por volta das 14h30 no horário local (16h30 em Brasília), a poucos quarteirões da Casa Branca, próximo a um parque movimentado, cercado por restaurantes e cafeterias. A sede do governo chegou a emitir um alerta vermelho, indicando risco iminente à vida no complexo presidencial, posteriormente rebaixado para laranja.
Durante o lockdown, ninguém pôde entrar ou sair da Casa Branca sem autorização do Serviço Secreto. Ruas próximas foram interditadas e, por precaução, todas as decolagens do Aeroporto Nacional Ronald Reagan foram suspensas temporariamente, sendo retomadas menos de uma hora depois.
Presença militar gera tensão política
Mais de 2 mil soldados da Guarda Nacional estão em Washington desde agosto, após Trump determinar a federalização da polícia da capital como parte de uma ofensiva contra o crime. A medida enfrentou resistência da prefeita Muriel Bowser, que classificou a ação como “alarmante e sem precedentes”.
Os militares atuam em patrulhas, barreiras de controle, segurança de eventos e até em serviços urbanos. Na semana passada, uma juíza federal determinou o encerramento da operação, mas suspendeu a decisão por 21 dias para que o governo apresente recurso ou providencie a retirada gradual das tropas.
O ataque reacendeu o debate sobre a militarização da segurança pública na capital americana e ampliou o clima de tensão política e institucional em meio às decisões controversas do atual governo.


