Taxas de câmbio do dólar na Argentina alcançam novos recordes após resultados eleitorais
Mundo – As taxas de câmbio do dólar na Argentina atingiram patamares inéditos após a surpreendente conclusão das eleições primárias no último domingo e a subsequente decisão do governo de desvalorizar a moeda nacional, o peso, no dia 14 de agosto.
A medida causou um impacto imediato nos mercados financeiros, gerando instabilidade e levando a moeda americana a registrar uma elevação de 22,4% no mercado oficial.
O dólar atingiu um novo recorde de 365,5 pesos para venda ao público no Banco Nación, uma instituição estatal onde as transações estão sujeitas a limitações de 200 dólares por mês por pessoa, além de algumas condições específicas.
A desvalorização oficial do peso logo reverberou no mercado informal de câmbio, onde o “dólar blue”, como é conhecido, subiu expressivos 13,2%, estabelecendo um recorde de 685 pesos por unidade.
Esse contraste entre as taxas oficiais e o dólar paralelo ampliou ainda mais a diferença entre ambas, chegando a 87%.
O resultado das eleições primárias no domingo, com a surpreendente vitória do candidato ultraliberal Javier Milei, causou uma onda de incerteza no cenário político e econômico argentino, acentuando as preocupações antes das eleições gerais agendadas para 22 de outubro.
As primárias, que estabelecem os concorrentes para o primeiro turno eleitoral, marcado para daqui a dois meses, foram um divisor de águas na definição do panorama político.
A decisão do governo de desvalorizar a taxa de câmbio oficial aconteceu num contexto de reservas monetárias líquidas negativas no Banco Central argentino.
A expectativa se concentra agora na obtenção de novas parcelas de financiamento por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI), dentro do acordo de refinanciamento das dívidas do país junto à instituição.
Essa medida visa a fortalecer a posição econômica do país e aliviar as pressões sobre o sistema financeiro.
Enquanto os argentinos aguardam o desdobramento dessa situação, o país enfrenta um ambiente de incerteza que poderá influenciar as decisões financeiras e políticas futuras, enquanto o governo busca estabilizar a economia e enfrentar os desafios impostos pelo cenário atual.